O Telefonema (Capítulo único)
O Telefonema (Capítulo único)
Na chegada, de longe já dava para ver as grades, havia arame farpado na parte superior, era aqueles arames arredondados junto com aqueles em linhas, passamos por uma ponte antes de chegar no prédio.

Passando pela entrada, já dava para ver as celas e as outras prisioneiras, estavam todas gritando para mim, já que eu era uma novata no lugar. Foi um pouco estranho ver todos aqueles olhares me seguindo conforme eu andava, pelo menos eu estava andando como se estivesse desfilando.

Retirei meu óculos e entreguei para a polícial, nisto ela pegou e tacou para trás, no chão, não me importei, eu poderia comprar um novo.

Em uma sela aberta, me jogaram lá dentro e começaram a tirar minhas roupas, meu vestido listrado de branco e preto. Me deixaram sem nada, com apenas meu salto preto. Em seguida, fecharam a sela e foram embora.

Um tempo depois deu o horário do pátio, eu já havia colocado umas roupas, fui para o patio onde todas as prisioneiras se reuniam para fazer atividade de lazer, como musculação, conversas, esportes e mais.

Havia um rádio tocando, tocava uma música que eu conhecia, Paper Gangstar. Fui direto falar com a chefona do lugar, precisava usar o celular e, me falaram que era com ela que eu iria conseguir. Enquanto eu ia até ela todas me olhavam novamente, fazendo poses para me entimidar.

Ela tinha cabelos curto e usava um óculos preto, usava também um colete preto. Ela ficou cheirando meu pescoço, até que então eu a beijei. Um alerta soou avisado para eu me afastar, mas mesmo assim continuei a beijando, passei a mão nas pernas dela e fui subindo, peguei o celular que ficava na cintura por trás da calça preta que usava, nisto ela ia beijando meu pescoço.

Então todas entrou para dentro, fomos para o refeitório fiquei no canto, encostada na grade. Duas garotas começaram a brigar, foram socos e tapa para todo lado, até que foram para ao chão, aí teve mais socos, uma policial passava olhando mas não fazia nada, havia câmeras por toda a área, mas ninguém fazia nada, uma das garotas começou a chutar a outra que estava no chão. Até que um alerta soou me avisando que tinha alguem me ligando. Caminhei até o telefone, então atendi.

— Alô baby, você me ligou. Não ouço nada, o sinal aqui na boate é fraco, entende? O que? Você está terminando comigo. Perdão, eu não te escuto, eu estou ocupada.

Só um segundo, vão tocar minha música agora. Não dá para enviar um SMS com uma bebida na minha mão.

Você devia ter planejado antes, sabia que eu estava livre. Agora não para de me ligar, eu estou ocupada. Para de me ligar, não quero mais pensar. Deixei meus pensamentoa e meu coração na pista de dança. Eh para de me ligar, estou ocupada.

Pode ligar o quanto quiser, não tem ninguém em casa e você nuca vai alcançar meu celular. Estou na boate tomando aquela champanhe e você nunca alcançará meu celular.

Garoto, ligar mil vezes para mim, não vai fazer eu ir embora. Colocar meu casaco rápido. Deixar rápido minhas amigas. Devia ter deixado ele em casa, isso é desastre. Me ligando e cobrando perdão, estou ocupada.

Não é que eu não goste de você, só que estou me divertindo. Estou enjoada e cansada do meu celular tocando. De vez em quando eu me sinto como se estivesse na Grand Center Station. Hoje não vou atender, estarei dançando.

Longos tempos se passaram, chegou o dia em que eu serei souta, para este dia me vesti muito bem, com um vestido lindo, de cores preta e branca, e um chapéu bem grande.

Passando pelo portão, minha amiga já me esperava no carro, era uma camionete amarela, tipo aquela 4x4 só que toda personalizada.

Não demorou muito minha amiga começou a me dar lição de moral, nem tínhamos saído ainda da frente da prisão, ela dizia que fui muito má, muita má mesma, então ela me deu um pedaço do doce que estava comendo, dei uma bela mordida, ela estava com raiva, amassou o doce e jogou pela janela, então a disse, "uhum, eu fui".
© Lucas Tiago S. Macedo,
книга «O Telefonema».
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