Sem(ti)
Autodestruição
A criança perdida
A escuridão
O amanhã
Dilacerado
Queria ser
Saudade
O tempo
O quarto
Lua, céu, amar
Viver
Lute por ti
Agradecimentos
Dilacerado
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é você não sentir mais nada disso, é você não sentir mais a dor, porque a dor já tomou conta de você por completo. Você não sente mais nada, como se nada pudesse te te atingir, porque vc já está morto por dentro, nada mais te machuca seu corpo já está dilacerado, nada mais te faz sentir melhor, porque nenhum remédio funciona mais, é como se a esperança tivesse acabado, aquela pontinha que te segurava de cair no penhasco acabou de se quebrar e você  se afundou por completo no buraco negro, ninguém mais poderá  te tocar ou te tirar de lá, o único que pode não quer mais viver pra saber se conseguiria.

Franci Paholski

© Franci Paholski,
книга «A luz na Escuridão».
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