O Garoto que foi interrogado
Num piscar de olhos o fim de semana passou. Para quem? Certamente não para a Mayu. Durante dois dias a jovem ficou trancada em seu quarto escuro e frio, chorando e se perguntando: Porquê eu?
Se não bastasse ela estar com a mente confusa e abalada e ter que lidar com uma dor em sua cavidade anal, ela ainda tentava entender o motivo do seu ataque de fúria na última sexta-feira. E quando ela tentava esquecer o assunto, as marcas finas na porta do quarto a faziam se lembrar.
O relógio digital do quarto da Mayu marcava exatamente 07h15 daquela segunda-feira.
Hinata foi até a porta do quarto da filha e calmamente bateu na porta.
-Mayu... Filha... Você está bem?
Como ela não teve resposta, ela abriu vagarosamente a porta, fazendo com que um pouco de luz adentrasse o recinto.
-Filha, você quer ir a escola hoje?
Com a cabeça, Mayu sinalizou que não.
-Eu entendo. Quer comer algo?
Novamente Mayu sinalizou que não.
-Você quer alguma coisa? - insistiu.
-Por favor... Sai daqui... Me deixa sozinha... Por favor... -Mayu disse.
Hinata sentiu um aperto em seu coração.
-T-Tudo bem... Se precisar é só me chamar.
A Sra Yamazaki fechou a porta e pôs a mão em seu peito, tentando não chorar. Ela não aguentava ver sua filha daquele jeito e ela ficou pensando numa maneira de confortá-la o fim de semana inteiro, mas nada veio em sua mente a não ser formas clichês de tentativas de reconforto.
.......................................................................................................................................................................................
O dia letivo começou normalmente na Nipon Mumei, exceto para cinco alunos.
Se a Mayu não passou bem os últimos dois dias, o mesmo valia para Satoru e Itou. Depois dos eventos ocorridos nas docas, os dois fugiram desesperadamente do local, deixando a Mayu nua e assustada e o Tadashi à beira da morte. Os dois chegaram ofegantes na residência que vos pertencia-provisoriamente, como dizia o acordo de aluguel-, chocados pelo que havia acontecido e se perguntando o que seria deles a partir dali. Eles conversaram e concordaram em não fazer nada, somente esperarem que a polícia viesse pegá-los, mas ela não veio. Os dois ligaram para a Haruka para contar o ocorrido, e obviamente ela ficou furiosa e ameaçou os dois caso eles a entregassem. Eles foram para a escola normalmente quando o recesso semanal acabou. Eles achavam que todos na escola já sabiam do ocorrido mas quando eles chegaram lá, foram recebidos normalmente, a única coisa que seus colegas tinham conhecimento era a morte do Tadashi, e não quem havia ocasionado ela.
Quando eles entraram na sala de aula, foram falar diretamente com a mandante do crime, que estava preocupada sentada em sua cadeira, entre Sakura e Akari.
-Haruka. - Satoru a chamou.
Haruka bufou e se levantou.
-O que você quer? - perguntou Haruka.
-O que está acontecendo?
-Como assim?
-Ninguém foi à nossa casa nos prender.
-E daí?
-O que aconteceu com a Mayu?
-E eu lá sei.
-Porquê será que ela não nos denunciou?
-E como é que eu vou saber? Primeiro de tudo, porquê que vocês vieram falar comigo?
-Olha, o Itou e eu conversamos e estamos pensando em nos entregar.
-Ficaram malucos?! Porquê vocês fariam uma coisa dessas?!
-Somos culpados pela morte do nosso amigo, e não dormimos esse fim de semana pensando nisso!
-Vocês não podem se entregar!
-Porquê se importa?
-Por quê eu estou ligada a esses crimes!
-Não vamos te denunciar!
-Eu não quero arriscar! Olha, se vocês quiserem eu pago pra vocês fecharem a merda do bico e ficarem como estão. É assim, vai ser melhor pra todos. Esqueçam essa história e deixem o passado para trás! E tem mais, se aquela retardada ainda não os denunciou é porquê não vai fazer. Fiquem tranquilos.
-Tudo bem Haruka, vamos pensar nisso, mas se tomarmos a decisão de nos entregarmos, ninguém, muito menos você, vai nos impedir.
Haruka tira sua carteira do bolso na saia e entrega uma nota de dinheiro para Satoru.
-Aqui tem 10 mil ienes para ajudar vocês a pensarem melhor. Se caso ainda estiverem com problemas ao pensar no assunto, eu tenho mais dessa em casa.
Satoru e Itou não disseram nada, somente se viraram e foram para as suas carteiras.
Haruka se sentou novamente em sua carteira e pôs as mãos sobre o rosto, ainda preocupada. Sakura puxou a camisa da amiga para chamar-lhe a atenção.
-Haruka, o que será de mim nessa história? - perguntou Sakura, com um olhar preocupado e arrependido.
-Fica tranquila, você não está mais ferrada que eu nisso. Mas não temos muito no que nos preocupar. Não há nada que o dinheiro não compre. Com alguns milhares de ienes eu posso calar a boca daqueles dois, mas agora o problema mesmo é a Mayu. Não posso garantir que ela não entregue aqueles dois. Preciso dar um fim nela.
-O que quer dizer? - perguntou Akari.
-Nada. Só pensei em voz alta.
-Eu sabia... Sabia! O que eu tinha na cabeça quando concordei em fazer parte disso?! Não acredito que realmente cooperei com um absurdo desses! Minha mãe vai ficar tão decepcionada quando descobrir!
-Cala a boca! Para de ser pessimista! Que merda!
Quando o sinal tocou, a professora entrou na sala para começar a aula e todos os alunos se sentaram.
Sobre a mesa que era do Tadashi, estava um vaso de parcelada com uma flor branca, cor que simboliza harmonia e paz. Sobre a mesa da Mayu tinha um vaso de vidro com uma flor laranja, cor que simboliza força e energia.
-Bom dia pessoal. - disse a professora - Hoje começamos a semana com um aperto em nossos corações, pois não teremos mais a companhia do nosso colega Maeda Tadashi. Vamos rezar por ele e pela Mayu que está passando por um momento difícil em sua vida.
Todos fizeram um minuto de silêncio antes da professora começar a passar o conteúdo da aula.
-Vamos seguir com o nosso assunto sobre logaritmos...
A professora foi interrompida por alguém que bateu na porta. Ela então foi abri-la para ver quem chamava. Era o tio da Mayu que estava acompanhado de um policial.
-Pois não? - disse a professora.
-Bom dia. Desculpe interromper professora, mas o diretor me autorizou a ter uma conversa com os seus alunos. Será que eu poderia entrar?
-Ah. Claro.
Hiro vai até a frente da turma e mostra seu distintivo.
-Bom dia a todos, eu sou Mahiro Yamamoto, detetive e chefe de polícia do décimo terceiro distrito de Minato. Como chefe de polícia eu não costumo me focar em um só caso, mas por motivos pessoais eu resolvi assumir o caso de Tadashi Maeda, que como vocês devem saber, foi assassinado na última sexta-feira. Sendo assim eu vim até aqui e pedi a permissão do diretor para interrogar cada um de vocês individualmente numa sala vazia aqui do lado. Eu vou fazer algumas perguntas para vocês e peço que sejam totalmente francos com as respostas. Bom, para ser justo com todos eu vou chamá-los por ordem alfabética. Tentarei ser rápido com isso pois o diretor só me dispôs duas horas do tempo das aulas. A primeira da lista... - ele olha na prancheta - ...Aihara Yuzucchi, por favor me acompanhe até a sala ao lado.
A primeira aluna seguiu o detetive. Sakura começou a se desesperar em seu lugar, sussurrando:
-Merda... Merda... Merda... Eu não acredito que fiz isso com a minha vida...!
Haruka, num surto silencioso, se virou para Sakura.
-Chega! Chega disso! Se você não se calar, eu juro que te dou um soco!
-Mas o que eu vou dizer ao ser interrogada...?
-Minta! Tudo dará certo.
Akari foi interrogada por alguns minutos e chegou despreocupada na sala. Sentou-se em seu lugar e logo foi questionada:
-Como foi? - perguntou Haruka.
-Nada de mais. Só me perguntaram onde eu estava no momento do crime.
-E o que você disse?
-Eu disse a verdade. Eu estava em casa com a minha mãe. Eles vão ligar pra ela e confirmar o meu álibe.
-Ouviu só Sakura? Não tem do que se preocupar. Você estava em casa, certo?
-S-Sim...
Uma voz pode ser ouvida da porta:
-Próximo. Fukushima Hiroshi! - o policial o chamou.
O jovem se levantou de sua carteira despreocupado e seguiu o policial até a sala ao lado, que era uma sala de aula comum vazia. Lá só havia uma mesa grande de professor. Hiro estava sentado de um lado dela e Hiroshi se sentou do outro.
-Fukushima Hiroshi, certo? - disse Hiro - Senhor Hiroshi... Estava ansioso pra falar com você.
-Porquê? - disse Hiroshi.
-Depois falamos nisso. Primeiro eu farei algumas perguntas. Qual era a sua relação com Maeda Tadashi?
-Éramos amigos.
-Próximos?
-Sim. Há anos.
-Você lembra de algo estranho que ele teria dito no dia que morreu?
-Algo que ele disse...? Não. Mas lembro dele estar super normal quando chegou na escola naquele dia, mas depois das primeiras aulas ele começou a ficar estranho.
-Estranho como?
-Ele ficava olhando pro nada como se estivesse pensando em algo.
-Só isso?
-Que eu me lembre, sim.
-Muito bem. Próxima pergunta. O que você estava fazendo exatamente às 16h57 da última sexta-feita?
-Eu sei lá, acho que estava na escola.
-Ah, você "acha"? Sabe que quero uma resposta precisa, não sabe?
-É, mas não fico olhando as horas sempre, mas como todos saem da escola pontualmente às 17h00 então eu acho que eu estava aqui. Por quê me perguntou especificamente esta hora?
-Porquê essa foi a mesma hora em que o seu celular enviou uma mensagem para o celular de Yamazaki Mayu, que foi estuprada nesse mesmo dia. Você vai querer confessar algo?
-O quê?! Não fui eu quem enviou essa mensagem!
-Ah, não? Então posso ver o seu celular?
-Eu não tenho mais ele.
-O que quer dizer?
-Meu celular foi roubado na última sexta-feira.
-Por quem?
-E eu sei lá.
-Onde você foi roubado?
-Aqui mesmo na escola! Eu fui com todos os garotos para o banho coletivo após a aula de educação física e deixei meu celular no meu armário do vestiário e quando eu voltei ele não estava mais lá.
-Você saberia de alguém que poderia ter roubado esse aparelho?
-Não sei, pode ter sido qualquer um.
-Muito bem. Por sorte você é o primeiro dos garotos na lista, então posso perguntar aos outros se eles viram algo de estranho no vestiário. Pode se retirar.
Se não bastasse ela estar com a mente confusa e abalada e ter que lidar com uma dor em sua cavidade anal, ela ainda tentava entender o motivo do seu ataque de fúria na última sexta-feira. E quando ela tentava esquecer o assunto, as marcas finas na porta do quarto a faziam se lembrar.
O relógio digital do quarto da Mayu marcava exatamente 07h15 daquela segunda-feira.
Hinata foi até a porta do quarto da filha e calmamente bateu na porta.
-Mayu... Filha... Você está bem?
Como ela não teve resposta, ela abriu vagarosamente a porta, fazendo com que um pouco de luz adentrasse o recinto.
-Filha, você quer ir a escola hoje?
Com a cabeça, Mayu sinalizou que não.
-Eu entendo. Quer comer algo?
Novamente Mayu sinalizou que não.
-Você quer alguma coisa? - insistiu.
-Por favor... Sai daqui... Me deixa sozinha... Por favor... -Mayu disse.
Hinata sentiu um aperto em seu coração.
-T-Tudo bem... Se precisar é só me chamar.
A Sra Yamazaki fechou a porta e pôs a mão em seu peito, tentando não chorar. Ela não aguentava ver sua filha daquele jeito e ela ficou pensando numa maneira de confortá-la o fim de semana inteiro, mas nada veio em sua mente a não ser formas clichês de tentativas de reconforto.
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O dia letivo começou normalmente na Nipon Mumei, exceto para cinco alunos.
Se a Mayu não passou bem os últimos dois dias, o mesmo valia para Satoru e Itou. Depois dos eventos ocorridos nas docas, os dois fugiram desesperadamente do local, deixando a Mayu nua e assustada e o Tadashi à beira da morte. Os dois chegaram ofegantes na residência que vos pertencia-provisoriamente, como dizia o acordo de aluguel-, chocados pelo que havia acontecido e se perguntando o que seria deles a partir dali. Eles conversaram e concordaram em não fazer nada, somente esperarem que a polícia viesse pegá-los, mas ela não veio. Os dois ligaram para a Haruka para contar o ocorrido, e obviamente ela ficou furiosa e ameaçou os dois caso eles a entregassem. Eles foram para a escola normalmente quando o recesso semanal acabou. Eles achavam que todos na escola já sabiam do ocorrido mas quando eles chegaram lá, foram recebidos normalmente, a única coisa que seus colegas tinham conhecimento era a morte do Tadashi, e não quem havia ocasionado ela.
Quando eles entraram na sala de aula, foram falar diretamente com a mandante do crime, que estava preocupada sentada em sua cadeira, entre Sakura e Akari.
-Haruka. - Satoru a chamou.
Haruka bufou e se levantou.
-O que você quer? - perguntou Haruka.
-O que está acontecendo?
-Como assim?
-Ninguém foi à nossa casa nos prender.
-E daí?
-O que aconteceu com a Mayu?
-E eu lá sei.
-Porquê será que ela não nos denunciou?
-E como é que eu vou saber? Primeiro de tudo, porquê que vocês vieram falar comigo?
-Olha, o Itou e eu conversamos e estamos pensando em nos entregar.
-Ficaram malucos?! Porquê vocês fariam uma coisa dessas?!
-Somos culpados pela morte do nosso amigo, e não dormimos esse fim de semana pensando nisso!
-Vocês não podem se entregar!
-Porquê se importa?
-Por quê eu estou ligada a esses crimes!
-Não vamos te denunciar!
-Eu não quero arriscar! Olha, se vocês quiserem eu pago pra vocês fecharem a merda do bico e ficarem como estão. É assim, vai ser melhor pra todos. Esqueçam essa história e deixem o passado para trás! E tem mais, se aquela retardada ainda não os denunciou é porquê não vai fazer. Fiquem tranquilos.
-Tudo bem Haruka, vamos pensar nisso, mas se tomarmos a decisão de nos entregarmos, ninguém, muito menos você, vai nos impedir.
Haruka tira sua carteira do bolso na saia e entrega uma nota de dinheiro para Satoru.
-Aqui tem 10 mil ienes para ajudar vocês a pensarem melhor. Se caso ainda estiverem com problemas ao pensar no assunto, eu tenho mais dessa em casa.
Satoru e Itou não disseram nada, somente se viraram e foram para as suas carteiras.
Haruka se sentou novamente em sua carteira e pôs as mãos sobre o rosto, ainda preocupada. Sakura puxou a camisa da amiga para chamar-lhe a atenção.
-Haruka, o que será de mim nessa história? - perguntou Sakura, com um olhar preocupado e arrependido.
-Fica tranquila, você não está mais ferrada que eu nisso. Mas não temos muito no que nos preocupar. Não há nada que o dinheiro não compre. Com alguns milhares de ienes eu posso calar a boca daqueles dois, mas agora o problema mesmo é a Mayu. Não posso garantir que ela não entregue aqueles dois. Preciso dar um fim nela.
-O que quer dizer? - perguntou Akari.
-Nada. Só pensei em voz alta.
-Eu sabia... Sabia! O que eu tinha na cabeça quando concordei em fazer parte disso?! Não acredito que realmente cooperei com um absurdo desses! Minha mãe vai ficar tão decepcionada quando descobrir!
-Cala a boca! Para de ser pessimista! Que merda!
Quando o sinal tocou, a professora entrou na sala para começar a aula e todos os alunos se sentaram.
Sobre a mesa que era do Tadashi, estava um vaso de parcelada com uma flor branca, cor que simboliza harmonia e paz. Sobre a mesa da Mayu tinha um vaso de vidro com uma flor laranja, cor que simboliza força e energia.
-Bom dia pessoal. - disse a professora - Hoje começamos a semana com um aperto em nossos corações, pois não teremos mais a companhia do nosso colega Maeda Tadashi. Vamos rezar por ele e pela Mayu que está passando por um momento difícil em sua vida.
Todos fizeram um minuto de silêncio antes da professora começar a passar o conteúdo da aula.
-Vamos seguir com o nosso assunto sobre logaritmos...
A professora foi interrompida por alguém que bateu na porta. Ela então foi abri-la para ver quem chamava. Era o tio da Mayu que estava acompanhado de um policial.
-Pois não? - disse a professora.
-Bom dia. Desculpe interromper professora, mas o diretor me autorizou a ter uma conversa com os seus alunos. Será que eu poderia entrar?
-Ah. Claro.
Hiro vai até a frente da turma e mostra seu distintivo.
-Bom dia a todos, eu sou Mahiro Yamamoto, detetive e chefe de polícia do décimo terceiro distrito de Minato. Como chefe de polícia eu não costumo me focar em um só caso, mas por motivos pessoais eu resolvi assumir o caso de Tadashi Maeda, que como vocês devem saber, foi assassinado na última sexta-feira. Sendo assim eu vim até aqui e pedi a permissão do diretor para interrogar cada um de vocês individualmente numa sala vazia aqui do lado. Eu vou fazer algumas perguntas para vocês e peço que sejam totalmente francos com as respostas. Bom, para ser justo com todos eu vou chamá-los por ordem alfabética. Tentarei ser rápido com isso pois o diretor só me dispôs duas horas do tempo das aulas. A primeira da lista... - ele olha na prancheta - ...Aihara Yuzucchi, por favor me acompanhe até a sala ao lado.
A primeira aluna seguiu o detetive. Sakura começou a se desesperar em seu lugar, sussurrando:
-Merda... Merda... Merda... Eu não acredito que fiz isso com a minha vida...!
Haruka, num surto silencioso, se virou para Sakura.
-Chega! Chega disso! Se você não se calar, eu juro que te dou um soco!
-Mas o que eu vou dizer ao ser interrogada...?
-Minta! Tudo dará certo.
Akari foi interrogada por alguns minutos e chegou despreocupada na sala. Sentou-se em seu lugar e logo foi questionada:
-Como foi? - perguntou Haruka.
-Nada de mais. Só me perguntaram onde eu estava no momento do crime.
-E o que você disse?
-Eu disse a verdade. Eu estava em casa com a minha mãe. Eles vão ligar pra ela e confirmar o meu álibe.
-Ouviu só Sakura? Não tem do que se preocupar. Você estava em casa, certo?
-S-Sim...
Uma voz pode ser ouvida da porta:
-Próximo. Fukushima Hiroshi! - o policial o chamou.
O jovem se levantou de sua carteira despreocupado e seguiu o policial até a sala ao lado, que era uma sala de aula comum vazia. Lá só havia uma mesa grande de professor. Hiro estava sentado de um lado dela e Hiroshi se sentou do outro.
-Fukushima Hiroshi, certo? - disse Hiro - Senhor Hiroshi... Estava ansioso pra falar com você.
-Porquê? - disse Hiroshi.
-Depois falamos nisso. Primeiro eu farei algumas perguntas. Qual era a sua relação com Maeda Tadashi?
-Éramos amigos.
-Próximos?
-Sim. Há anos.
-Você lembra de algo estranho que ele teria dito no dia que morreu?
-Algo que ele disse...? Não. Mas lembro dele estar super normal quando chegou na escola naquele dia, mas depois das primeiras aulas ele começou a ficar estranho.
-Estranho como?
-Ele ficava olhando pro nada como se estivesse pensando em algo.
-Só isso?
-Que eu me lembre, sim.
-Muito bem. Próxima pergunta. O que você estava fazendo exatamente às 16h57 da última sexta-feita?
-Eu sei lá, acho que estava na escola.
-Ah, você "acha"? Sabe que quero uma resposta precisa, não sabe?
-É, mas não fico olhando as horas sempre, mas como todos saem da escola pontualmente às 17h00 então eu acho que eu estava aqui. Por quê me perguntou especificamente esta hora?
-Porquê essa foi a mesma hora em que o seu celular enviou uma mensagem para o celular de Yamazaki Mayu, que foi estuprada nesse mesmo dia. Você vai querer confessar algo?
-O quê?! Não fui eu quem enviou essa mensagem!
-Ah, não? Então posso ver o seu celular?
-Eu não tenho mais ele.
-O que quer dizer?
-Meu celular foi roubado na última sexta-feira.
-Por quem?
-E eu sei lá.
-Onde você foi roubado?
-Aqui mesmo na escola! Eu fui com todos os garotos para o banho coletivo após a aula de educação física e deixei meu celular no meu armário do vestiário e quando eu voltei ele não estava mais lá.
-Você saberia de alguém que poderia ter roubado esse aparelho?
-Não sei, pode ter sido qualquer um.
-Muito bem. Por sorte você é o primeiro dos garotos na lista, então posso perguntar aos outros se eles viram algo de estranho no vestiário. Pode se retirar.
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