08 - A mente de Gabrielle
Depois de Dani ter me contado tudo aquilo, eu finalmente tinha entendido o que provavelmente tinha acontecido, eu estava lá mas não tinha percebido... Algumas informações batiam, mas parecia simples demais o que ele tinha dito, e complicado também. Ele parecia muito triste e foi dormir, eu não consegui, fiquei pensando no que tinha acontecido até agora... Gaby aparece no corredor do avião e sentou ao meu lado no banco.
- Eu ouvi oque ele disse, e se você achou estranho, bem... -Ela girou os olhos. -Ele não disse tudo. -Disse muito calma, nunca ela falou comigo assim. -Eu preciso te mostrar uma coisa.
-Oque?
Ela ergueu a mão para o corredor e ficou esperando, do nada uma espada em alta velocidade aparece da porta da outra cabine e seu cabo para em sua mão e ela segura.
-Toma, é seu isso. -Ela tirou sua mão com a espada do corredor e deu na minha mão, era uma espada simples com seu cabo feita em couto com madeira e algum metal dourado, sua lamina era de aço ou ferro, parecia bem nova.
-Que espada é essa? -Estranhei olhando meu reflexo em sua lamina. -Porquê está me dando?
-Não, estou te devolvendo. -Ela disse já se chateando, ela não sorria um segundo se quer pra mim.
-Como me devolvendo?
-Ela chama por você desde o inicio da guerra... -Ela tirou os olhos de mim e olhou para a espada. -Eu não sei te explicar, ela é uma espada angelical...
-Ok...
-Essa espada pode ser deixada em qualquer lugar do planeta, sempre que você chamar ela, ela virá até você ou vai atingir algum inimigo caso ele estiver na reta dela. -Ela voltou a olhar pro meu rosto. -Pelo menos não vai precisar usar gelo para atacar seus inimigos.
-Eu nunca tive uma....-Ela interrompeu colocando a mão na minha boca.
-Você aprende, eu já lutei muito com essa arma, fiz muitas conquistas com essa espada nas minhas mãos, mas... -Ela olhou pra espada com tom de desanimo. -Eu cometi um dos maiores erros da minha vida. -Ela levantou a mão da perna dela e a espada ficou em pé no meu colo. -Nunca mais matei mais nada com ela, pois isso pode ser mais poderosa do planeta... -Ela abaixou a mão e a espada caiu do meu colo para o chão.
-O que tanto aconteceu no passado?
-Eu vou me arrepender disso...
-Como... -Ela me deu um beijo antes de eu terminar de falar e do nada apaguei.
Gaby me apagou, e apareci em um quarto, deitado, mas eu não podia me mover, meu corpo tinha vontade própria, quando olhei para baixo, vi que eu estava com seios de mulher, e do nada me moveu para frente do espelho, era gaby. Então acordei de volta no avião e gaby estava me segurando pela manga da camisa.
-Max! Se concentra, fica quieto! -Ela me deu um outro beijo e apareci no quarto de novo com ela narrando as imagens que eu via na minha cabeça, eu era apenas um fantasma no passado narrado dela...
Atenção! Aqui há uma mudança de personagem. A personalidade e as falas a seguir são de Gabrielle.
Um dia acordei em minha cama, meu quarto era branco com cortinas rosas, e a cama era vermelha. Era um dia frio, custei a levantar da cama, mas quando consegui, eu fui para o corredor em direção ao meu banheiro escovar os dentes, depois fui para meu quarto tirar o meu pijama e colocar uma roupa para trabalhar. Eu abri a janela e vi que a manhã estava cinza, parecia até que estava nevando, mas quando coloquei a mão para fora da janela, uma cinza caiu em minha mão, eu fechei ela e abri novamente e apareceu uma pétala.
Eu peguei minhas coisas e fui para o meu carro na calçada de casa, já que eu na noite anterior, Vittor tinha pegado meu carro.
Vittor era meu namorado, não morava comigo pois sempre quis morar sozinha.
Fui para o trabalho pelas ruas cobertas pela forte neblina, eu tive que andar devagar e sempre olhar o céu, pois sabia que algo grande ia acontecer. Eu trabalhava em marketing, comerciais de TV e coisas assim. Eu era um anjo celestial preso num corpo de humano, nunca soube do meu passado, mas foi algo grave pra me manter aqui. Eu tinha asas lindas e grandes, mas ninguém sabia, só o Vittor e minha mãe, e eu tinha poderes como manipular todo tipo de liquido e mudar a mente de qualquer pessoa. Sou um pouco explosiva as vezes, e de vez em quando algo com água fica louco ou eu faço as pessoas quase se matarem quando manipulo elas sem querer por nervosismo. Eu fico voando por toda cidade, mas poucos notam isso, eu não ligava mais, pois eu sabia que o fim estava próximo de alguma maneira... Eu tinha tarefas como anjo, defender a barreira da dimensão, alem de protegem de qualquer coisa extra-terrestre.
Eu cheguei até meu trabalho, no céu poluído de volta redonda não estou voando mais, ultimamente por causa desse ar cheio de fumaça que ferra com as minhas asas, ainda mais este dia que está caindo até cinzas do céu.
Eu precisava fazer um texto de comercial de refrigerante, era frustrante trabalhar no setor de criatividade e não ter mais nada na cabeça, sem contar que era chato fazer comercial de coisas tão fúteis... Eu estava em minha sala, era mais ou menos pequeno. Minha mesa era uma bagunça, tinha vários papéis velhos sobre magia, livros que não canso de ler, tinha também meu celular e o telefone da empresa.
O telefone começou a tocar, eu fui atender e ouvi muito chiado e coloquei de volta no gancho, e ele voltou a tocar, e atendi novamente, e ele estava com problemas ainda, coloquei no gancho. Eu fui em direção a minha porta, quando abri, me deparei com todos os telefones dali tocando. Meu chefe apareceu por ali e estranhou e foi a minha sala.
-O que está acontecendo com os telefones? Em todos os andares ta acontecendo isso. -Ele era um gordo de terno e gravata, mas era gente boa.
-Chefe, desliga a linha lá em baixo. -Peguei o telefone e coloquei no gancho. -Pode ser isso.
-Ok Gabrielle, vou lá da uma olhada. -Ele já ia se virando para sair, mas ele olhou para mim da porta. -Alias, o texto deu certo?
-Ainda to criando -Eu disse mentindo. -Já tive uma ideia.
-Certeza? -Eu sacudo a cabeça pra dizer que sim. -Ok, vou lá então. -Ele saiu de minha sala e desconectei o fio do telefone para parar de tocar. Eu fiquei na minha cadeira girando e olhando para o teto pensando em qualquer coisa que pudesse ajudar o comercial, eu parei de girar e segurei na mesa e comecei a trabalhar no texto, todos os telefones tinham parado de tocar, deixei de olhar um segundo o papel na minha mesa e olhei para a foto de mim e o Vittor, o vidro do quadro trincou do nada, então olhei ao meu redor, mas não havia ninguém lá, mas dava para sentir algo estranho chegando perto. Peguei o quadro, tirei a foto da moldura, coloquei sobre a mesa e andei até a lixeira com o quadro de madeira com o Vidro. Ouvi do nada algo muito forte e estrondoso, como se uma turbina de avião chegasse cada vez mais perto, e ouvi Vittor gritando, o o barulho era alto e cada vez mais ia aumentando, e cai no chão ajoelhada com o barulho, tudo começou a cair na minha sala, e o som sumiu do nada, e tudo estava no lugar como se nada tivesse acontecido, minha cabeça doeu com aquilo. Quando levantei o telefone tocou, o fio dele estava desconectado... Me aproximei devagar do telefone e atendi.
-Gaby! Eles me pegaram!
-Vittor... -O telefone se desligou e me chefe entrou na sala.
-Gaby? Ta falando com o telefone sem o cabo? -Meu chefe viu quando apareceu na sala do nada.
Eu não sabia oque tinha acontecido comigo, mas sabia que ele tava correndo perigo, e que a guerra que eu achava que não ia acontecer estava prestes a explodir.
-Chefe, preciso sair!
-Ta, mas amanhã quero meu text... -Corri por ele pro corredor
-Ta bom! -Gritei para ele e entrei no elevador e apertei no ultimo andar do prédio.
Comecei a lembrar o que uma velha amiga minha me alertou. Haveria uma guerra, e com ela milhões de outras pelo planeta.
O elevador chegou no ultimo andar que podia, dava num corredor que não havia ninguém, eu passei por ele para chegar a portas das escadarias.
Quando cheguei no terraço, o vento soprou muito forte á minha vontade, minhas grandes e desajeitadas asas se abriram, eram brancas com detalhes dourados, evidenciando minha patente. Eu pulei do prédio e bati minhas asas para ir mais rápido para minha casa, e depois de pouco tempo voando, vi a casa de Vittor e a minha em pedaços e muita gente em volta. Logo após isso, fui para a casa da minha mãe, morava um pouco longe até.
Eu pousei na rua e sumi com as asas, nenhum mortal poderia ver minhas asas, o máximo que podia ver era eu flutuando.
Minha mãe me recebeu bem na casa dela, era um lugar não muito grande, mas era confortável, como uma casa normal de um brasileiro. Eu sentei na cadeira da cozinha e ela estava fazendo comigo, pelo que vi era macarrão.
-Mãe. -Me debrucei na mesa.
-Diga.
-Uma guerra vai começar... -Ela se virou assustada comigo.
-O que menina? -Ela se aproximou de mim, e olhou para os meus olhos.
-Você sabe quando eu minto mãe. -Ela falou "hum" e se sentou na cadeira ao meu lado.
-Você está mesmo falando a verdade... -Ela me olhava preocupada, igual a quando eu pegava gripe. -Me conta o por que dessa guerra.
-Eu não sei, eu fui avisada mas não levei a sério isso. -Peguei uma banana na mesa enquanto ainda estava debruçada e comecei a roda ele na mesa com o dedo.
-Mas só por causa de um aviso filha?
-Não mãe, eu sinto que muita gente vai sofrer com isso, posso ver o estrago, mas não posso ver o por que... -Ouço um estrondo muito alto, algo tinha caído no telhado para dentro de um dos quartos.
-Mãe, fica aqui! -Falei pra minha mãe levantando da cadeira e indo em direção ao quarto.
-Tudo bem filha, tenha cuidado.
-Droga... -Me aproximei devagar do quarto, e do nada um monstro pula pela parede à destruindo, eu desvio e por pouco não me acerta. Parecia um cachorro com rinoceronte.
-Gaby! -Ele olhou pra minha mãe e andou devagar.
-A torneira mãe! -Eu disse imóvel, minha mãe correu até a pia e ligou a torneira, o mostro viu e deu um pulo em sua direção, a água da pia duplica de volume e se cria uma mão gigante na frente dela, e pega o monstro pela cara e joga na parede fazendo ele parar fora de casa, a água se desfaz no chão assim que eu ordeno.
Começou a chover muito forte lá fora, eu olho para minha mãe e vejo que sua roupa tem sangue, de trás dela sai um monstro do tamanho dela com apenas um braço, era horrível, ele parecia uma pessoa queimada. Ele tira algo das costas da minha mãe e ela cai no chão morrendo de dor.
-MÃE! -Eu estava em choque, precisava pensar logo, até que gritei. -ENLURIA!
O monstro andou em minha direção, minha espada entra voando e explodindo a parede da sala e vai girando para cozinha em grande velocidade e acerta a cabeça do bicho. Eu corro pra minha mãe no chão, ela estava viva ainda, eu a pego no colo e abro as asas e voou mais rápido que podia para o hospital. Eu vejo ele e desfaço minhas asas muito acima do chão e caio firme no chão, os enfermeiros e outros paciente ficavam me olhando enquanto eu entrava no hospital. Acho que todos ali que me viram cair do céu e entrar com o corpo da minha mãe nos braços deviam achar que eu era um anjo da guarda, mas isso não podia ser pois não protegi quem eu amava. Tudo isso aconteceu em 20 horas de um dia "normal"...
Minha mãe tinha morrido naquele dia, a cinzas se misturaram com a chuva lá fora... Um dia depois eu eu fiz o velório dela sozinha. Depois disso eu estava decidida a entrar na tal guerra.
Um amigo meu me liga depois do velório, era o Akinaton... Ele era um amigo de anos atrás que namorava minha melhor amiga, ele nunca me ligava.
-Alô Akinaton...
-Gaby, fiz merda! Merda das grandes!!! -Ele parecia desesperado, eu estava na calçada da rua do cemitério, já era fim da tarde e não tinha tanta neblina, mas ainda muitas cinzas caindo do céu, não tinha nada construído em volta do cemitério, apenas uma mata densa.
-Diz logo então! -Eu olhei em volta, por que sentia algo ruim.
-Eu achei uma caneta, ela tem poderes mágicos... -A ligação começou a falhar quando ouvir um estrondo ao meu lado, algo gigante, tão gigante parecia maior que o maior prédio do mundo, as cinzas o ocultava, suas asas passaram por cima de mim e depois de 30 segundos ele conseguiu passar todo seu corpo pelo cemitério de tão grande, meu celular caiu de minhas mão de tão impressionada que eu estava. Eu me liguei e peguei o celular no chão e coloquei no ouvido e comecei a correr sem abrir minhas asas.
-TEM UM GUARDIÃO AQUI! -Eu gritei para Akinaton.
-Guardião? -Disse a voz dele falhando pra caramba.
-A porra de um DRAGÃO! ELE NÃO TAVA OCULTO!
-Como assim!? Dragão? Guardião? -Ele parecia confuso pois ele não sabia de nada.
-O que fez com a caneta... -Parei de andar imaginando um artefato que vi em um livro semana passada.
-Eu apertei o botão para ativar ela, mas aí... -A ligação estava falhando demais. -papel, e a Light apareceu na minha frente.
-Merda... -Light era uma amiga imaginaria dele quando criança, ele tinha me dito, e parece que a caneta como na história que eu li faz essas imaginações criar vida, claro, se tiver no papel...
-Merda digo eu, ela destruiu metade da minha casa sem querer, e quando a...
-Akinaton, a gente precisa se unir! -Ouvi um explosão longe da onde eu estava parada. -Depois explico. -Desliguei o telefone e continuei correndo.
Vi um hidrante quando descia a rua, eu me concentrei e ele explodiu e voou até meus pés, comecei a deslizar pela rua como se a água me levando fosse meus patins, só que rápido pra caramba.
Naquele dia vi vários lugares pegando fogo, eu não podia salvar todas elas e continuei a correr atrás do dragão.
-Gaby... -Uma voz feminina veio longe dali. Eu parei na rua que estava cheio de prédios em chamas.
Um monstro como o que matou a minha mãe surgiu do fogo, a água que estava em meus pés vai para minha mão e se transforma em uma lança, o mostro corre em minha direção e eu jogo a lança que atravessa suas costelas. Eu ouço um barulho atrás de mim e vejo mais três iguais a que matei, eles vieram correndo um ao lado do outro, um ia me atacar com seu único braço com uma faca, eu desviei dele e peguei ele pelo pescoço e joguei com força no chão, os outros dois tentaram me acertar ao mesmo tempo mas me desviei bem rápido para trás deles e chutei a perna de um deles que caiu no chão. Eu tinha começado a ficar com raiva, eu apontei minha mão para o que acabou de cair, sentia o sangue dele e eu o podia controlar, então fiz ele se expandir dentro do corpo do monstro e explodir, ainda faltava um que ficou em pé na minha frente procurando um jeito de me acertar.
-Enlu... -Eu ia chamar minha espada, mas olhei para o monstro, ele era menor que os outros dois e estava mais com cara de queimado e tinha 2 braços. Tinha algo que me incomodava, eu me aproximei, quando ele tentou me atacar, eu segurei pela cabeça e olhei para um detalhe no ombro, era um pedaço de vestido... -Eu empurrei a criatura pra trás. -É uma criança... Mas... -Uma menina transformada em um monstro queimado... Eu não podia salva-la. -En... Enluria... -Minha espada veio rasgando o céu a caiu na minha mão, eu a segurei firme e cortei sua cabeça... Me segurei pra não chorar.
-Gaby! -A voz veio do céu, do nada cai algo no meio da rua a alguns metros dali, caiu com muita violência e andou na minha direção. -Sou eu! -A pessoa que saía da fumaça era uma mulher branca e loira com um chapéu branco, roupa bem antiga por sinal...
-Meggy... -Eu forcei um pouco meus olhos. -Meggy!? -Eu senti um raiva momentânea e joguei a espada nela, a lamina foi tão rápida que cortou a barreira do som, mas ela pegou pelo cabo.
-É a segunda pessoa tentando me matar hoje Gaby, você e Kyrie não são muto amigáveis comigo.
-Desculpa... -Ela se aproximou e olhou para os corpos no chão.
-Você ta bem? -Eu olhei para os corpos também.
-Deveria? -Olhei pra ela e ela olhou pra mim. -Você sumiu, e quer que eu fale o que?
-Eu sou uma guia, não sua mãe Gaby... Bem, eu vim do Canadá, eu dava aula pra uma menina. -Ela me deu a espada. -Ela é um anjo negro. -Fiquei um pouco assustada e dei um passo pra trás.
-Não, espera aí... Um anjo negro? -Anjos negros são as coisas mais mortais do universo, e mais imortais também. -Você sabe a gravidade di... -Ela me interrompeu.
-Gaby, já sei. Tem caçadores de recompensa atrás dela. -Ela cruzou os braços e olhou para o final da rua. -O problema é caso ela perder o controle.
-Droga... Alias, você tinha razão sobre a guerra. -Ela olhou pra mim sorrindo.
-Eu sempre tenho, esse é meu trabalho. -Ela passou a mão no meu cabelo bagunçando tudo.
-Onde você vai? Precisamos salvar a cidade! -Ela parou de andar e olhou pra mim ainda sorrindo.
-Você e nem eu podemos deter tudo isso, precisa de um tempo e de amigos pra te ajudar...
-Mas o que vou fazer? -Uma explosão longe dali acontece. -Não tenho ninguém pra ajudar...
-Calma que você vai achar sim. -Ela olhou pra cima abrindo suas asas longas de anjo, eram as maiores asas que eu tinha visto em minha vida e tinha detalhes azuis brilhantes. -A guerra não começou a ainda, isso é só um pedaço do pavio... -Ela salta e some, ela voava pra cima depressa demais.
Atenção! Mudança de personagem: Max Lane.
Gaby parou de me beijar depois que vi e ouvi aquilo tudo, vi que ela estava escrevendo um livro dentro da minha cabeça.
-Você é um anjo... e a Meggy...
-É, e se contar isso pra alguém, eu te mato! -Ela se levanta e vai para o seu banco e começa olhar para o nada...
Depois disso, minha mente tinha entendido como começou, agora resta saber o por que...
Muitas duvidas surgiram na minha cabeça naquele avião, a espada no meu colo reluzia a palavra Max...
- Eu ouvi oque ele disse, e se você achou estranho, bem... -Ela girou os olhos. -Ele não disse tudo. -Disse muito calma, nunca ela falou comigo assim. -Eu preciso te mostrar uma coisa.
-Oque?
Ela ergueu a mão para o corredor e ficou esperando, do nada uma espada em alta velocidade aparece da porta da outra cabine e seu cabo para em sua mão e ela segura.
-Toma, é seu isso. -Ela tirou sua mão com a espada do corredor e deu na minha mão, era uma espada simples com seu cabo feita em couto com madeira e algum metal dourado, sua lamina era de aço ou ferro, parecia bem nova.
-Que espada é essa? -Estranhei olhando meu reflexo em sua lamina. -Porquê está me dando?
-Não, estou te devolvendo. -Ela disse já se chateando, ela não sorria um segundo se quer pra mim.
-Como me devolvendo?
-Ela chama por você desde o inicio da guerra... -Ela tirou os olhos de mim e olhou para a espada. -Eu não sei te explicar, ela é uma espada angelical...
-Ok...
-Essa espada pode ser deixada em qualquer lugar do planeta, sempre que você chamar ela, ela virá até você ou vai atingir algum inimigo caso ele estiver na reta dela. -Ela voltou a olhar pro meu rosto. -Pelo menos não vai precisar usar gelo para atacar seus inimigos.
-Eu nunca tive uma....-Ela interrompeu colocando a mão na minha boca.
-Você aprende, eu já lutei muito com essa arma, fiz muitas conquistas com essa espada nas minhas mãos, mas... -Ela olhou pra espada com tom de desanimo. -Eu cometi um dos maiores erros da minha vida. -Ela levantou a mão da perna dela e a espada ficou em pé no meu colo. -Nunca mais matei mais nada com ela, pois isso pode ser mais poderosa do planeta... -Ela abaixou a mão e a espada caiu do meu colo para o chão.
-O que tanto aconteceu no passado?
-Eu vou me arrepender disso...
-Como... -Ela me deu um beijo antes de eu terminar de falar e do nada apaguei.
Gaby me apagou, e apareci em um quarto, deitado, mas eu não podia me mover, meu corpo tinha vontade própria, quando olhei para baixo, vi que eu estava com seios de mulher, e do nada me moveu para frente do espelho, era gaby. Então acordei de volta no avião e gaby estava me segurando pela manga da camisa.
-Max! Se concentra, fica quieto! -Ela me deu um outro beijo e apareci no quarto de novo com ela narrando as imagens que eu via na minha cabeça, eu era apenas um fantasma no passado narrado dela...
Atenção! Aqui há uma mudança de personagem. A personalidade e as falas a seguir são de Gabrielle.
Um dia acordei em minha cama, meu quarto era branco com cortinas rosas, e a cama era vermelha. Era um dia frio, custei a levantar da cama, mas quando consegui, eu fui para o corredor em direção ao meu banheiro escovar os dentes, depois fui para meu quarto tirar o meu pijama e colocar uma roupa para trabalhar. Eu abri a janela e vi que a manhã estava cinza, parecia até que estava nevando, mas quando coloquei a mão para fora da janela, uma cinza caiu em minha mão, eu fechei ela e abri novamente e apareceu uma pétala.
Eu peguei minhas coisas e fui para o meu carro na calçada de casa, já que eu na noite anterior, Vittor tinha pegado meu carro.
Vittor era meu namorado, não morava comigo pois sempre quis morar sozinha.
Fui para o trabalho pelas ruas cobertas pela forte neblina, eu tive que andar devagar e sempre olhar o céu, pois sabia que algo grande ia acontecer. Eu trabalhava em marketing, comerciais de TV e coisas assim. Eu era um anjo celestial preso num corpo de humano, nunca soube do meu passado, mas foi algo grave pra me manter aqui. Eu tinha asas lindas e grandes, mas ninguém sabia, só o Vittor e minha mãe, e eu tinha poderes como manipular todo tipo de liquido e mudar a mente de qualquer pessoa. Sou um pouco explosiva as vezes, e de vez em quando algo com água fica louco ou eu faço as pessoas quase se matarem quando manipulo elas sem querer por nervosismo. Eu fico voando por toda cidade, mas poucos notam isso, eu não ligava mais, pois eu sabia que o fim estava próximo de alguma maneira... Eu tinha tarefas como anjo, defender a barreira da dimensão, alem de protegem de qualquer coisa extra-terrestre.
Eu cheguei até meu trabalho, no céu poluído de volta redonda não estou voando mais, ultimamente por causa desse ar cheio de fumaça que ferra com as minhas asas, ainda mais este dia que está caindo até cinzas do céu.
Eu precisava fazer um texto de comercial de refrigerante, era frustrante trabalhar no setor de criatividade e não ter mais nada na cabeça, sem contar que era chato fazer comercial de coisas tão fúteis... Eu estava em minha sala, era mais ou menos pequeno. Minha mesa era uma bagunça, tinha vários papéis velhos sobre magia, livros que não canso de ler, tinha também meu celular e o telefone da empresa.
O telefone começou a tocar, eu fui atender e ouvi muito chiado e coloquei de volta no gancho, e ele voltou a tocar, e atendi novamente, e ele estava com problemas ainda, coloquei no gancho. Eu fui em direção a minha porta, quando abri, me deparei com todos os telefones dali tocando. Meu chefe apareceu por ali e estranhou e foi a minha sala.
-O que está acontecendo com os telefones? Em todos os andares ta acontecendo isso. -Ele era um gordo de terno e gravata, mas era gente boa.
-Chefe, desliga a linha lá em baixo. -Peguei o telefone e coloquei no gancho. -Pode ser isso.
-Ok Gabrielle, vou lá da uma olhada. -Ele já ia se virando para sair, mas ele olhou para mim da porta. -Alias, o texto deu certo?
-Ainda to criando -Eu disse mentindo. -Já tive uma ideia.
-Certeza? -Eu sacudo a cabeça pra dizer que sim. -Ok, vou lá então. -Ele saiu de minha sala e desconectei o fio do telefone para parar de tocar. Eu fiquei na minha cadeira girando e olhando para o teto pensando em qualquer coisa que pudesse ajudar o comercial, eu parei de girar e segurei na mesa e comecei a trabalhar no texto, todos os telefones tinham parado de tocar, deixei de olhar um segundo o papel na minha mesa e olhei para a foto de mim e o Vittor, o vidro do quadro trincou do nada, então olhei ao meu redor, mas não havia ninguém lá, mas dava para sentir algo estranho chegando perto. Peguei o quadro, tirei a foto da moldura, coloquei sobre a mesa e andei até a lixeira com o quadro de madeira com o Vidro. Ouvi do nada algo muito forte e estrondoso, como se uma turbina de avião chegasse cada vez mais perto, e ouvi Vittor gritando, o o barulho era alto e cada vez mais ia aumentando, e cai no chão ajoelhada com o barulho, tudo começou a cair na minha sala, e o som sumiu do nada, e tudo estava no lugar como se nada tivesse acontecido, minha cabeça doeu com aquilo. Quando levantei o telefone tocou, o fio dele estava desconectado... Me aproximei devagar do telefone e atendi.
-Gaby! Eles me pegaram!
-Vittor... -O telefone se desligou e me chefe entrou na sala.
-Gaby? Ta falando com o telefone sem o cabo? -Meu chefe viu quando apareceu na sala do nada.
Eu não sabia oque tinha acontecido comigo, mas sabia que ele tava correndo perigo, e que a guerra que eu achava que não ia acontecer estava prestes a explodir.
-Chefe, preciso sair!
-Ta, mas amanhã quero meu text... -Corri por ele pro corredor
-Ta bom! -Gritei para ele e entrei no elevador e apertei no ultimo andar do prédio.
Comecei a lembrar o que uma velha amiga minha me alertou. Haveria uma guerra, e com ela milhões de outras pelo planeta.
O elevador chegou no ultimo andar que podia, dava num corredor que não havia ninguém, eu passei por ele para chegar a portas das escadarias.
Quando cheguei no terraço, o vento soprou muito forte á minha vontade, minhas grandes e desajeitadas asas se abriram, eram brancas com detalhes dourados, evidenciando minha patente. Eu pulei do prédio e bati minhas asas para ir mais rápido para minha casa, e depois de pouco tempo voando, vi a casa de Vittor e a minha em pedaços e muita gente em volta. Logo após isso, fui para a casa da minha mãe, morava um pouco longe até.
Eu pousei na rua e sumi com as asas, nenhum mortal poderia ver minhas asas, o máximo que podia ver era eu flutuando.
Minha mãe me recebeu bem na casa dela, era um lugar não muito grande, mas era confortável, como uma casa normal de um brasileiro. Eu sentei na cadeira da cozinha e ela estava fazendo comigo, pelo que vi era macarrão.
-Mãe. -Me debrucei na mesa.
-Diga.
-Uma guerra vai começar... -Ela se virou assustada comigo.
-O que menina? -Ela se aproximou de mim, e olhou para os meus olhos.
-Você sabe quando eu minto mãe. -Ela falou "hum" e se sentou na cadeira ao meu lado.
-Você está mesmo falando a verdade... -Ela me olhava preocupada, igual a quando eu pegava gripe. -Me conta o por que dessa guerra.
-Eu não sei, eu fui avisada mas não levei a sério isso. -Peguei uma banana na mesa enquanto ainda estava debruçada e comecei a roda ele na mesa com o dedo.
-Mas só por causa de um aviso filha?
-Não mãe, eu sinto que muita gente vai sofrer com isso, posso ver o estrago, mas não posso ver o por que... -Ouço um estrondo muito alto, algo tinha caído no telhado para dentro de um dos quartos.
-Mãe, fica aqui! -Falei pra minha mãe levantando da cadeira e indo em direção ao quarto.
-Tudo bem filha, tenha cuidado.
-Droga... -Me aproximei devagar do quarto, e do nada um monstro pula pela parede à destruindo, eu desvio e por pouco não me acerta. Parecia um cachorro com rinoceronte.
-Gaby! -Ele olhou pra minha mãe e andou devagar.
-A torneira mãe! -Eu disse imóvel, minha mãe correu até a pia e ligou a torneira, o mostro viu e deu um pulo em sua direção, a água da pia duplica de volume e se cria uma mão gigante na frente dela, e pega o monstro pela cara e joga na parede fazendo ele parar fora de casa, a água se desfaz no chão assim que eu ordeno.
Começou a chover muito forte lá fora, eu olho para minha mãe e vejo que sua roupa tem sangue, de trás dela sai um monstro do tamanho dela com apenas um braço, era horrível, ele parecia uma pessoa queimada. Ele tira algo das costas da minha mãe e ela cai no chão morrendo de dor.
-MÃE! -Eu estava em choque, precisava pensar logo, até que gritei. -ENLURIA!
O monstro andou em minha direção, minha espada entra voando e explodindo a parede da sala e vai girando para cozinha em grande velocidade e acerta a cabeça do bicho. Eu corro pra minha mãe no chão, ela estava viva ainda, eu a pego no colo e abro as asas e voou mais rápido que podia para o hospital. Eu vejo ele e desfaço minhas asas muito acima do chão e caio firme no chão, os enfermeiros e outros paciente ficavam me olhando enquanto eu entrava no hospital. Acho que todos ali que me viram cair do céu e entrar com o corpo da minha mãe nos braços deviam achar que eu era um anjo da guarda, mas isso não podia ser pois não protegi quem eu amava. Tudo isso aconteceu em 20 horas de um dia "normal"...
Minha mãe tinha morrido naquele dia, a cinzas se misturaram com a chuva lá fora... Um dia depois eu eu fiz o velório dela sozinha. Depois disso eu estava decidida a entrar na tal guerra.
Um amigo meu me liga depois do velório, era o Akinaton... Ele era um amigo de anos atrás que namorava minha melhor amiga, ele nunca me ligava.
-Alô Akinaton...
-Gaby, fiz merda! Merda das grandes!!! -Ele parecia desesperado, eu estava na calçada da rua do cemitério, já era fim da tarde e não tinha tanta neblina, mas ainda muitas cinzas caindo do céu, não tinha nada construído em volta do cemitério, apenas uma mata densa.
-Diz logo então! -Eu olhei em volta, por que sentia algo ruim.
-Eu achei uma caneta, ela tem poderes mágicos... -A ligação começou a falhar quando ouvir um estrondo ao meu lado, algo gigante, tão gigante parecia maior que o maior prédio do mundo, as cinzas o ocultava, suas asas passaram por cima de mim e depois de 30 segundos ele conseguiu passar todo seu corpo pelo cemitério de tão grande, meu celular caiu de minhas mão de tão impressionada que eu estava. Eu me liguei e peguei o celular no chão e coloquei no ouvido e comecei a correr sem abrir minhas asas.
-TEM UM GUARDIÃO AQUI! -Eu gritei para Akinaton.
-Guardião? -Disse a voz dele falhando pra caramba.
-A porra de um DRAGÃO! ELE NÃO TAVA OCULTO!
-Como assim!? Dragão? Guardião? -Ele parecia confuso pois ele não sabia de nada.
-O que fez com a caneta... -Parei de andar imaginando um artefato que vi em um livro semana passada.
-Eu apertei o botão para ativar ela, mas aí... -A ligação estava falhando demais. -papel, e a Light apareceu na minha frente.
-Merda... -Light era uma amiga imaginaria dele quando criança, ele tinha me dito, e parece que a caneta como na história que eu li faz essas imaginações criar vida, claro, se tiver no papel...
-Merda digo eu, ela destruiu metade da minha casa sem querer, e quando a...
-Akinaton, a gente precisa se unir! -Ouvi um explosão longe da onde eu estava parada. -Depois explico. -Desliguei o telefone e continuei correndo.
Vi um hidrante quando descia a rua, eu me concentrei e ele explodiu e voou até meus pés, comecei a deslizar pela rua como se a água me levando fosse meus patins, só que rápido pra caramba.
Naquele dia vi vários lugares pegando fogo, eu não podia salvar todas elas e continuei a correr atrás do dragão.
-Gaby... -Uma voz feminina veio longe dali. Eu parei na rua que estava cheio de prédios em chamas.
Um monstro como o que matou a minha mãe surgiu do fogo, a água que estava em meus pés vai para minha mão e se transforma em uma lança, o mostro corre em minha direção e eu jogo a lança que atravessa suas costelas. Eu ouço um barulho atrás de mim e vejo mais três iguais a que matei, eles vieram correndo um ao lado do outro, um ia me atacar com seu único braço com uma faca, eu desviei dele e peguei ele pelo pescoço e joguei com força no chão, os outros dois tentaram me acertar ao mesmo tempo mas me desviei bem rápido para trás deles e chutei a perna de um deles que caiu no chão. Eu tinha começado a ficar com raiva, eu apontei minha mão para o que acabou de cair, sentia o sangue dele e eu o podia controlar, então fiz ele se expandir dentro do corpo do monstro e explodir, ainda faltava um que ficou em pé na minha frente procurando um jeito de me acertar.
-Enlu... -Eu ia chamar minha espada, mas olhei para o monstro, ele era menor que os outros dois e estava mais com cara de queimado e tinha 2 braços. Tinha algo que me incomodava, eu me aproximei, quando ele tentou me atacar, eu segurei pela cabeça e olhei para um detalhe no ombro, era um pedaço de vestido... -Eu empurrei a criatura pra trás. -É uma criança... Mas... -Uma menina transformada em um monstro queimado... Eu não podia salva-la. -En... Enluria... -Minha espada veio rasgando o céu a caiu na minha mão, eu a segurei firme e cortei sua cabeça... Me segurei pra não chorar.
-Gaby! -A voz veio do céu, do nada cai algo no meio da rua a alguns metros dali, caiu com muita violência e andou na minha direção. -Sou eu! -A pessoa que saía da fumaça era uma mulher branca e loira com um chapéu branco, roupa bem antiga por sinal...
-Meggy... -Eu forcei um pouco meus olhos. -Meggy!? -Eu senti um raiva momentânea e joguei a espada nela, a lamina foi tão rápida que cortou a barreira do som, mas ela pegou pelo cabo.
-É a segunda pessoa tentando me matar hoje Gaby, você e Kyrie não são muto amigáveis comigo.
-Desculpa... -Ela se aproximou e olhou para os corpos no chão.
-Você ta bem? -Eu olhei para os corpos também.
-Deveria? -Olhei pra ela e ela olhou pra mim. -Você sumiu, e quer que eu fale o que?
-Eu sou uma guia, não sua mãe Gaby... Bem, eu vim do Canadá, eu dava aula pra uma menina. -Ela me deu a espada. -Ela é um anjo negro. -Fiquei um pouco assustada e dei um passo pra trás.
-Não, espera aí... Um anjo negro? -Anjos negros são as coisas mais mortais do universo, e mais imortais também. -Você sabe a gravidade di... -Ela me interrompeu.
-Gaby, já sei. Tem caçadores de recompensa atrás dela. -Ela cruzou os braços e olhou para o final da rua. -O problema é caso ela perder o controle.
-Droga... Alias, você tinha razão sobre a guerra. -Ela olhou pra mim sorrindo.
-Eu sempre tenho, esse é meu trabalho. -Ela passou a mão no meu cabelo bagunçando tudo.
-Onde você vai? Precisamos salvar a cidade! -Ela parou de andar e olhou pra mim ainda sorrindo.
-Você e nem eu podemos deter tudo isso, precisa de um tempo e de amigos pra te ajudar...
-Mas o que vou fazer? -Uma explosão longe dali acontece. -Não tenho ninguém pra ajudar...
-Calma que você vai achar sim. -Ela olhou pra cima abrindo suas asas longas de anjo, eram as maiores asas que eu tinha visto em minha vida e tinha detalhes azuis brilhantes. -A guerra não começou a ainda, isso é só um pedaço do pavio... -Ela salta e some, ela voava pra cima depressa demais.
Atenção! Mudança de personagem: Max Lane.
Gaby parou de me beijar depois que vi e ouvi aquilo tudo, vi que ela estava escrevendo um livro dentro da minha cabeça.
-Você é um anjo... e a Meggy...
-É, e se contar isso pra alguém, eu te mato! -Ela se levanta e vai para o seu banco e começa olhar para o nada...
Depois disso, minha mente tinha entendido como começou, agora resta saber o por que...
Muitas duvidas surgiram na minha cabeça naquele avião, a espada no meu colo reluzia a palavra Max...
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