13 - Eu não tenho medo (Parte 3)
Estávamos dentro da casa olhando pela janela o teto de folhas, ninguém mais estava na rua, estavam todos em suas casas, parecia que havia uma nave, Sophia estava com a mão em sua arma, todos tensos com a nave, do nada aquela sombra grande saiu do teto de folhas, do nada houve um clarão muito forte por todo lugar e ouvimos uma grande explosão acima das arvores, o brilho passava entre as folhas.
-Merda, oque raio está acontecendo la em cima? -Vini perguntou.
Vários soldados saíram das suas casas e ficaram em 3 filas indianas um do lado do outro, eles se agacharam e apontaram seus rifles para cima ao mesmo tempo, parecia bem sincronizado, Sophia olhava pra eles e tirou a mão da sua arma. Ficamos de olho por 10 minutos, depois o pessoal que estava na rua se espalharam por toda a cidade, a energia foi ligada novamente.
-Vamos dormir, acho que não precisamos nos preocupar com isso. -Disse Vini
-Se quiser eu posso voar até la cima e... -Sophia disse
-Não, eu sei que pode fazer isso, mas precisamos continuar anônimos aqui, eles não gostam de pessoas com poderes, esqueceu? -Explicou Vini. -Agora vão dormir!
Sophia olhou pra janela e se virou em direção ao seu quarto e foi dormir. Fiquei sozinho na sala novamente, deitei no sofá, peguei o livro novamente que falava sobre os Survivors, no fim do livro havia alguma fotos, eram pessoas fugindo de explosões de naves, os céus pareciam pegar fogo, era laranjado e vermelho, e uma dela estava o Akinaton e mais outro soldado em cima de um tanque. Os Survivors lutavam contra a mesma coisa que a gente luta, eu deveria me juntar a eles, crianças e até mulheres correndo risco de morte por alienígenas... Eu acho que poderia ajudar, mas pra isso eu teria que me revelar pra eles sobre quem eu sou...
Fiquei boas horas pensando nisso, e simplesmente apareceu a Sophia na minha mente, fiquei pensando nela em cada detalhe... Por muuuuito tempo, lembrei o que o Vini disse, então decidi o que fazer. Era umas 3 da manhã, a noite estava clara em algumas partes da cidade, a luz da lua passava exatamente pelos galhos acima de nós, deixando claro a nossa casa, eu subi para ver se Sophia estava acordada, abri bem devagar a porta e entrei. Olhei para a cama dela e ela não estava la, ela estava sentada na janela com um mini game nas mãos, a luz do aparelho iluminava o rosto dela, ela estava linda como sempre, ela estava fixada no jogo, ela virou a cabeça pro meu lado e me viu assustada, ela quase caiu da janela.
-Max! Você me assustou! -Disse Sophia retomando o fôlego. -Poderia ter batido na porta.
-Me desculpa, pensei que estivesse dormindo... -Falei meio constrangido.
-Mas porque viria aqui quando eu estivesse dormindo?
-Você disse noite passada que poderia vir aqui...
-Ah... Se quiser pode dormir no colchão ali no chão. -Ela apontou com o dedo ao lado da cama.
-Obrigado Sophia... -Deitei no colchão que estava no chão, peguei uma coberta que estava alí. Ela saiu da janela e se deitou na cama e se virou para a beirada onde eu estava e ficou me olhando.
-Você quer dizer algo? -Perguntou Sophia com os olhos fixos em mim.
-Sim... -Eu estava com medo, com mais medo do que enfrentar aliens e o exército juntos.
-Diga! -Sophia sorriu.
-Eu te conheço a pouco tempo nas sinto algo... Algo por você que é... -A luz de toda a cidade se apagou de vez com aquele aviso, só tinha uma luz vermelha da projeção piscando iluminando a janela.
-Ta com medo né? -Perguntou Sophia.
-Sim, desculpe, mas preciso dizer...
-Você gosta de mim? -Perguntou Sophia ainda sorrindo. -Fique tranquilo, você mostra isso...
-Mostro?
-Claro que sim! Mas pensei uma vez no que você disse...
-Sobre a gente não poder...
-É... não podemos ter nada alem, vejo isso agora... Me desculpa por isso... -Sophia ficou séria no instante que disse isso e voltou ao meio da cama.
-Eu sei que não... Eu não devia te enchido você com isso... -Me levantei do colchão e fui em direção a sala, quando cheguei na porta do quarto dela para sair, ela me chamou.
-Max! Eu também... Eu amo você... -Fiquei surpreso, mas triste demais pra demonstrar algo. -Mas agora não podemos se deixar levar por isso...
-Ok Sophia, dorme bem.
-Você também Max.
Fui pra sala com o coração apertado, e deitei no sofá, a luz do aviso lá fora parou de piscar, eu nunca me senti tão feliz e tão mal, a gente se gosta, isso é bom, mas não podemos fazer nada com isso porque precisamos focar nas pessoas que temos que salvar, tínhamos a consciência de que se a gente se distrair e se apegar, a gente morre.
A luz da cidade foi ligada de manhã, eu ainda estava acordado, Vini desceu as escadas bocejando e me cumprimentou, alguém bateu na porta da nossa casa e eu fui atender, era uma criança com o cabelo azul.
-Oi novatos, nosso chefe mandou avisar que quer ver vocês hoje no treino de batalha, tome aqui seu folheto. -Ela me entregou o folheto e saiu, foi algo rápido, nem tive tempo de perguntar algo.
Fui na cozinha falar com Vini, ele estava sentado na mesa comendo pão e bebendo leite direto na garrafa.
-Vini. -Ele olhou pra mim enquanto comia. -Hoje o chefão quer nos ver... Você sabe que não é só você que bebê esse leite né cara?
-Hum. -Ele tentou falar com a boca cheia.
Sophia apareceu com os olhos vermelhos de sono, ela não havia dormido a noite toda. Sophia foi em direção a geladeira e pegou um suco e bebeu indo em direção ao seu quarto, nem falou com a gente.
-Ela ta estranha... Aconteceu algo? -Perguntou Vini.
-Nada cara... Vou dar uma volta por ae.
-Ah... -Eu acho que ele sacou o que rolou, já que eu e Sophia estávamos com os olhos vermelhos... Pensando bem, ele devia achar que rolou algo alem... -Beleza Max, toma cuidado com a galera! -Disse Vini de boca cheia de novo.
Fui pra fora, andar na cidade um pouco, havia crianças brincando na rua, e uma de bicicleta quase me atropelou, eu seguia pelo meio rua por que não havia carros, e uma menininha com cabelo rosa sorrindo me seguia pela calçada, quando eu olhava pra ela, ela ficava rindo e parava, ela devia ter uns 5 anos, um momento olhei para um lado, e quando voltei a olhar para a garotinha, ela não estava la, e olhei na minha frente e quase morro de susto, ela estava lá.
-Oi garotinha. -Cumprimentei.
-Oi! -Ela começava a rir de novo.
-Qual seu nome? -Me agachei para falar com ela.
-Não tenho nome tio. -Ela começou a rir bastante, a risada dela era bonitinha.
-E cadê seus pais? -Olhei ao redor para procura-los.
-Eu não tenho não. -Ela olhou meio triste pro chão, do nada ela deu um pulo. -Você é igualzinho a mim!
-Como?
-Ah, você sabe! -Disse ela rindo.
-Com quem você vive garotinha?
-Sozinha! Minha casa é aquela ali! -Ela apontou pra casa 400.
-Elas são suas amiguinhas? -Perguntei.
-Não, não tenho isso.
-Ok, depois visita a gente é... Rose, vou te chamar de Rose, você combina com esse nome.
-Rose... -Ela começou a repetir pra si mesma concentrada. -Ok, gostei! Qual seu nome?
-Meu nome é Max. -Ela sorriu.
-Até depois Max.
-Até depo.... -Eu pisquei e ela sumiu do nada. -Ok... Isso é estranho... -Falei sozinho.
Continuei andando até o fim da rua, tentei esvaziar minha cabeça no caminho, vi que cheguei numa parte da rua em que não havia ninguém, tinha uma praça abandonada com plantas mortas logo a frente. Decido voltar depois para ver essa praça, quando cheguei na minha casa, Sophia e Vini estão conversando, parecia que sobre algo de clã ou algo assim, Sophia me olhava com um olhar triste, fui para a cozinha e sentei no banco do balcão que tinha lá e me debrucei sobre a mesa, Vini entrou na cozinha.
-Hey cara! Como que você ta?
-O que acha?
-Deixa de ignorância cara!
-Ta... Você disse que esse lugar não podia pessoas com poderes?
-Sim, disse sim Max.
-Tem uma menininha que acho que é.
A campainha tocou, eu e Vini nos olhamos e fomos para a porta, Sophia tinha aberto a porta e deixado alguém entrar.
-Rose? -Disse eu espantado, e Sophia me olhou estranho por conhecer a garotinha.
-Você conhece essa garotinha? -Perguntou Sophia
-Conheci agora pouco...
-Oi Max -A garotinha disse sorrindo. -Vou ter de ficar aqui na porta?
-Nã... Não! Pode entrar Rose. -Disse eu andando até a porta.
-Obrigada Max!
-Galera, essa linda garotinha é a Rose.
A Sophia achou ela fofa, Rose sentou no sofá, e Sophia começou a conversar com ela, e Vini me puxou pelo braço de volta pra cozinha.
-A gente virou babá?
-Calma Vini, é só uma criança, ela nem família tem. Ela não vai fazer nada de mal! -Falei com ele, e voltei pra sala.
Sophia estava sentada no sofá grande e a Rose na poltrona, sentei ao lado da Sophia.
-Você me seguiu Rose? -Perguntei a ela.
-Não...
-Como me achou? -Perguntei, ela ficou assustada e depois se acalmou.
-Aqui era a casa do meu amigo, ele e a minha mãe pintaram esse 113 gigantes la fora, só vim porque a casa parecia ter gente.
-Quem era sua mãe? -Sophia perguntou.
-Não lembro, é como se alguém apagou minha mente... Tenho poucas lembranças... -Disse Rose, eu e Sophia ficamos calados. -Vocês querem ir lá em casa? Fiz sopa!
-Claro... -Fui interrompido por Vini que estava encostado na parede atrás de nós.
-Nós não tínhamos treino de batalha hoje Max!?
-Ah, desculpa. Rose, a gente não pode ir agora, mas a gente promete que vai depois, ok? Eu disse.
-Sim Sim Sim. -Ela falou engraçada e animada como um pirata. -Tudo bem tio Max, vou indo embora, tenho que ir no treino também!
-Então a gente se vê depois. -Disse Sophia.
Rose saiu, e Vini saiu revoltado. Eu e Sophia nos levantamos.
-Você ta triste? -Perguntou Sophia quando eu estava andando já para as escadas.
-Não... -Menti pra ela, de repente o clima ficou frio e azul.
-Ok Max... -Ela falou com uma voz fraca.
Continuei indo para o banheiro e tomei um banho, Vini disse que não podia usar os poderes, mas ele sempre se teleportou pra loja de roupa que havia fora da cidade cercada e trazia todas as roupas, eu sempre vestia as mesmas cores, depois de ter me arrumado, desci as escadas e vi Sophia com cabelo azul, igual quando ela ressuscitou na divisão.
-Mudou de cabelo de novo Sophia!? -Eu disse pra ela.
-Na... -Ela correu pra um espelho que tinha na parede da sala. -Droga!
-O que foi?
-Light...
-Light? -Perguntei, ela parecia assustada olhando para o espelho.
Vini voltou para sala arrumado, e disse que em duas horas a gente tinha que ir.
-Ok... Ok temos que fazer lá mesmo? -Perguntei.
-Temos que treinar junto com os outros, a gente aproveita e conhece o pessoal lá.
-Boa idéia. -Disse eu observando Sophia, ela ainda estava na frente do espelho mexendo nos cabelos. -Vini, fala ae como você fez isso tudo.
-Isso tudo oque?
-Você criou aquelas divisões, tem táticas rápidas e complexas, e sabe demais dos aliens!
-É... Como posso explicar... -Sophia tirou os olhos do espelho e olhou para o Vini.
-Vini, quem é você? -Disse Sophia puxando a sua arma.
-Calma! Vou contar pra vocês. -Vini se sentou.
-Conte.
-Eu nasci em 415 D.C. eu sou encarregado aqui na terra de impedir invasões e essas coisas. -Disse Vini sério.
-É sério isso!? -Perguntei a ele.
-Claro que não! Só tenho 17 anos. Mas o meu antepassado sim, eu sou um guerreiro encarregado de proteger a terra, e essas idéias... essas idéias e lembranças são da minha cabeça, do minha antiga vida... Como se eu reencarnado nessa vida... -Disse Vini nervoso e gesticulando muito.
-Ok... Então tá amigo. -Eu disse, eu não duvidei de Vini porque algo me dizia que era verdade.
Comecei a pensar comigo mesmo: Eu era apenas uma peça de uma longa história que estava acontecendo a tempos, não como um heróis, e sim só mais um por ali.
-Nas suas lembranças, já aconteceu algo como ta rolando hoje? -Perguntou Sophia que resolveu se sentar também.
-Mais ou menos... Depois explico,mas agora vocês confiam em mim de novo?
-Sim Vini, fica de boa, vamos pro treino.
Saímos de casa e seguimos o mapa para o centro da cidade a pé, acho que todo mundo já estava nesse treino, não havia ninguém na cidade, do nada Rose atrás de nós no meio da rua correndo.
-Me esperem! -Gritou Rose, quando ela chegou, ela se segurou na Sophia e respirou fundo. -Eu vou com vocês.
-Ok Rose. -Disse eu.
Chegamos no lugar, era uma quadra escolar com bancos de concreto, a escola anexada a ela estava desabada, no meio da quadra havia quase todas as pessoas da cidade treinando tiro com seus alvos de madeira, alguém passou pela gente e disse que ia ter competição de luta. Achamos 3 alvos vazios escritos 113, então fomos para a posição marcada e pegamos nossas pistolas. Atirei contra meu alvo de madeira e cheguei longe do meio do alvo, Vini passou perto com 3 tiros, Sophia puxou a arma e nem mirou e deu 6 tiros, todos foram certeiros, exatamente no meio do alvo. Havia muitas pessoas em nossa volta, e elas ficaram quietas assim que Sophia deu aqueles tiros, e olharam surpresos, e Sophia ficou encolhida de tanta gente olhando e disse:
-Sorte de principiante... -Quase todos deram uma risada, e logo voltaram as suas atividades normais.
O chefe olhava pra gente e veio em nossa direção, ele parecia fixado em Sophia.
-Oi. -Disse para ele quando chegou na gente.
-Olá, e belo tiro garota. -Disse ele.
-Qual seu nome? Cruzei os braços e perguntei a ele.
-Meu nome é Josh. -Disse ele com os olhos travados em Sophia. -Bem, quem são vocês?
-Eu sou Max, Vini e essa a Sophia. -Respondi a ele, Sophia estava concentrada em recarregar a arma pra atirar de novo.
-Hum... Sophia é um nome lindo. -Josh disse tirando alguns fios de cabelo do rosto de Sophia, ela tirou os olhos devagar de sua arma e olhou pra ele, e eu peguei ela pelo braço e puxei ela pra trás.
-É, sabemos que é um nome bonito. -Disse eu. Ele deu um sorriso, um sorriso irônico.
-Olha, pela habilidade de vocês....é! Pela habilidade de vocês, vou pedir pra fazer uma missão de teste, vi potencial. -Disse ele.
-Que missão estamos falando? -Perguntou Vini.
-Vocês precisam buscar novas armas, é ao sul fora do campo, o exército é amigo, o problema são os aliens... -Vini interrompeu.
-Porque o exercito é amigo? -Perguntou Vini.
-Eu sou o comandante deles, quem cuidava daqui antes não era digno, tanto que ele foi embora, caçávamos antipatriotas, e achamos, mas ao invés de matar eles, ele estão aqui vivos!
-Ok, chega de história, quando é pra fazer isso? -Perguntei.
-Amanhã de manhã. -Disse ele, logo após ele passou a mão no rosto de Sophia, e ela pegou a mão dele e começou amassar com força.
-Da próxima vez que fizer isto... -Ela Soprou o cabelo de seu rosto. -Eu arranco a sua mão! -Então ela soltou ele e empurrou pra trás. -Vamos Garotos. -Então fomos embora para casa enquanto a mão dele ainda doía.
A gente já estava indo pra casa, e Rose estava junto a nós.
-Deixa eu ir com vocês!!! -Implorou Rose.
-Não! Nem pensar! Você é uma criança, e isso não é trabalho pra crianças! -Disse Vini.
-Vini, não fala assim com ela. -Vini parecia ainda assustado com Sophia por ter amassado os dedos do chefão.
-Eu sei me cuidar! Sei controlar o vento, explodir coisas, igual a vocês!
A gente parou de andar, nós três assustados com oque ela disse.
-Oque você... -Tentei falar.
-Como sabe sobre... -Vini também tentou falar.
-Mostre algo então. -Sophia desafiou ela.
-Ok. -Do nada ela sumiu e reapareceu atrás da gente. -Viu?
-Eu sei quem é você... -Disse Sophia andando pra trás.
-Sophia, como sabe quem é ela!? -Perguntei baixo.
Sophia empurrou ela com um dedo no medo da barriga dela, do nada ela caiu no chão com a respiração pesada. Apareceram asas como as de Sophia nas suas costas, só que menores e verde. Sophia desmaiou e caiu no chão. E Rose também desmaiou. Eu e Vini levamos para casa em nossas costas correndo as duas e colocamos na cama assim que chegamos.
-Droga! Que merda aconteceu lá cara!? -Falei desesperado enquanto cobria Sophia.
-Não sei cara! Será que elas morreram!? -Perguntou Vini.
-Não! Vamos esperar cara, o coração ainda ta batendo.
-Max, vou lá pra baixo pegar os livros e fazer uma pesquisa sobre os moradores.
Fiquei na cama sentado a tarde toda ao lado de Sophia com medo do que tinha acontecido, quando chegou umas 22:00, Sophia abriu os olhos.
-Sophia! -Falei baixo.
-Max! -Ela se sentou na cama e me abraçou e chorou muito.
-Ta tudo bem... Você ta segura. -Ficamos um bom tempo assim até parar de chorar.
-Ela é minha irmã Max... -Ela disse passando a mão no olho pra tirar as lagrimas
-Como assim?
-Não sei como, mas ela é! Eu lembro dela!
-As coisas estão indo rápido demais de novo... -Falei baixinho... E o pior que estava tudo indo rápido de novo mesmo.
-Oque você disse? -Perguntou Sophia com os olhos vermelhos de tanto chorar.
-Nada não... Amanhã a gente fala sobre isso, vocês duas estão muito fracas pra lembrar disso nesse momento... -Sophia passou a mão no cabelo de Rose. -Se quiser comer, o Vini trouxe o bolo de lá!
-Ta, daqui a pouco vou comer, preciso ficar sozinha mais ela. -Sophia disse desolada com aquilo, Rose acordou e eu saí.
Fui para a cozinha e me sentei no balcão, peguei o refri que estava lá e bebi no litro, não tinha copos, Vini estava na sala, e de lá me viu bebendo todo o refrigerante.
-Max, deixa pras meninas também cara! -Gritou Vini lá do sofá da sala.
-Elas não vão descer tão cedo!
Eu fui para os fundos da casa de novo e sentei na mesma cadeira com o refrigerante, estava um vento forte lá fora, mas o vento não vinha de fora das grandes árvores que cercavam a cidade, como se o vento aparecesse do nada de dentro da cidade.
Olhei pra cima e vi Rose na janela do quarto da Sophia, acho que o vento me atrapalhou, ela parecia mais velha, como se tivesse 18 anos, mas devia ser impressão, ela estava sentada na janela conversando com Sophia. Vi que meu vizinho tinha saído para pegar as roupas no varal, e achei estranho, porque não havia sol de dia cruzando por lá. O vizinho me cumprimentou e foi pra dentro, e eu também. Fui deitar no sofá, mas Vini estava lá estudando todos os livros.
-Vini! -Chamei bem na frente dele, e ele lendo. -Vini... -Ele não respondia.-Não quer ouvir né? -Estendi minha mão para a cozinha, me concentrei e um filete de água veio em direção à minha mão, a água ficou passando entre meus dedos, então apontei para o Vini, a água avançou muito forte nele que derrubou o sofá pra trás, ele ficou molhado e bravo.
-Mas que merda Max, porque fez isso!? -Ele gritou tentando se levantar.
-Dorme no meu quarto! Mas que merda.
Ele estava encharcado, então a água toda voltou pra minha mão e Vini ficou seco, joguei a água em direção a pia. Subi as escadas e passei pelo corredor do quarto, e por acaso ouvi a conversa da Sophia, então parei pra ouvir.
-Papai está bravo, tanto que ta te buscando pra te matar! -Disse a Voz da... eu não reconhecia aquela voz.
-Eu não lembro de nada... Lembro só da gente no deserto. -Disse Sophia com voz de preocupação.
-Eu to lembrando ainda, sorte você ter lembrado de mim, fiquei presa aqui na cidade... A merda é se eu sair, a cidade vai perder as árvores e vai ficar desprotegida... Mamãe queria salvar todos aqui de uma maneira! -A garota disse.
-Mas como!? Eu não entendo!
-Eu também não Maninha... É difícil... E seu namorado?
-Namorado?
-Eu li a mente dele, aliás! Você disse não pra ele!?
-O Max... É, não podemos namorar, estamos em uma guerra sangrenta... Depois eu sei que vai dar certo.
-Deixa disso, vocês podem! Você quer!
-Não! Luna! Sério! A gente tem que se concentrar! Poxa... A gente fica apegado e não da certo.
-Ta! Mas depois não reclama!
-Alias, gostou do Vini?
-Não, nem um pouco.
As duas riram e eu saí dali e fui pro quarto do Vini, deitei na cama e dormi.
Na manhã seguinte a tal garota me acordou.
-Tenho cara de Rose né? mas meu nome é Melody. -Eu me assustei e joguei o guarda roupa contra ela, e bateu contra a outra parede destruindo completamente... A estranha garota se teleportou pro outro lado da cama. -Wow! Poderes mentais! Gostei!
-Rose? -Perguntei.
-É...acho que essa sou eu, contínuo com meu cabelo rosa....
-Ok... Meu deus... -A garota que vi noite passada na janela era ela, e ela tinha mesmo 18 anos.
-Eu queria te entregar ontem, porque eu senti que você estava ouvindo parte da nossa conversa! Isso não é legal Max Lane!
-Ok! Desculpa! Acabou!? -Sentei na beirada da cama. -Como soube que fiz isso?
-Não interessa. Queria te avisar que o chato do seu amigo vai vir aqui e brigar com você!
De repente Vini se teleporta pro quarto e vê o guarda roupa destruído.
-Cara, oque você fez? -Um bastão apareceu na mão dele e ele tocou no guarda roupa e ele virou pó.
-Desculpa Vini! Ela me assustou.
-Ta cara... Não... Quem é você?
-Sou a tal Rose que você odiava.
-Ta... Que, é você?
-Você é meio tonto? -Vini olhou pro cabelo dela e olhou pra mim.
-Daqui meia hora vai ser a missão, leva ela pra gente se teleportar pra cá caso de merda. -Disse Vini.
-Opa...eu não tenho cara de transporte público não. -Disse Melody cruzando os braços.
-Deixa de zuera com ele Mel. -Disse Sophia aparecendo na porta do quarto.
-Ta. -Melody riu, Vini e Sophia desceram.
-Porque ainda ta aqui? -Perguntei Melody que ainda estava parada na minha frente.
-Você vai conseguir conquistar a Sophia e namorar ela... Eu vejo isso no seu futuro.
-Ah, ok, ta bom vidente leitora de mãos. -Na hora que ela estava saindo ela ia dizer algo mas desistiu antes de dizer um A.
-É Max... Você está louco, quando eu acordar eu vou ta em casa, com mamãe e o Vini não Vai ter pirado, não vai ter aliens e essas coisas. -Disse pra mim mesmo, então fechei os olhos, do nada sou acertado por um travesseiro.
-Vamos Max! -Disse Melody.
Eu desci, comi o café que os vizinhos trouxeram em uma cesta, sentamos em volta da mesa e comemos, Melody tinha mudado de roupa, usava um vestido de renda branco até o joelho, era muito branco. Depois que comemos, fomos em direção a saída de casa, quando estávamos perto, o chefe de longe nos chamou, e Melody virou criança de novo, tão pequena que o vestido ficou super folgado. Ele abre a porta.
-Levem essa mala com armas! -Disse Josh.
-Ta bom Chefe. -Disse Vini. Sophia nem olhava pra cara dele.
-Posso saber porque estão levando uma criança?
-Porque ela quer vir! -Disse Sophia com voz de raiva.
-Ta bom! Ta bom!
Saímos pela cidade em direção a porta que sai de lá, nós subimos as escada de metal do lado de fora do prédio da saída e entramos para dentro do prédio, nós descemos então todos os andares pelas escadas internas e chegamos a porta de saída que tínhamos entrado, batemos na porta para o pessoal lá de fora abrir a porta. Quando saímos, os guardas estavam mortos, um deles estavam com a placa de metal que Vini tinha dado a eles quando entramos, os outros estavam queimados, Melody Virou adolescente novamente.
-Gente...tem alguém lá dentro que não devia está lá... -Disse Sophia, Vini olhou direto pra Melody, Sophia colocou a mão na cara dele e empurrou pra trás. -Ela ta lá a anos!
-Ta! Mas to de olho em você. -Disse Vini.
Sophia invocou fogo de suas mãos e começou a selar a entrada jogando fogo na porta, Vini pegava uma metralhadora, e pegou a bolsa e fez ela teleportar pra algum lugar.
Então seguimos pela rua para iniciar nossa missão.
-Merda, oque raio está acontecendo la em cima? -Vini perguntou.
Vários soldados saíram das suas casas e ficaram em 3 filas indianas um do lado do outro, eles se agacharam e apontaram seus rifles para cima ao mesmo tempo, parecia bem sincronizado, Sophia olhava pra eles e tirou a mão da sua arma. Ficamos de olho por 10 minutos, depois o pessoal que estava na rua se espalharam por toda a cidade, a energia foi ligada novamente.
-Vamos dormir, acho que não precisamos nos preocupar com isso. -Disse Vini
-Se quiser eu posso voar até la cima e... -Sophia disse
-Não, eu sei que pode fazer isso, mas precisamos continuar anônimos aqui, eles não gostam de pessoas com poderes, esqueceu? -Explicou Vini. -Agora vão dormir!
Sophia olhou pra janela e se virou em direção ao seu quarto e foi dormir. Fiquei sozinho na sala novamente, deitei no sofá, peguei o livro novamente que falava sobre os Survivors, no fim do livro havia alguma fotos, eram pessoas fugindo de explosões de naves, os céus pareciam pegar fogo, era laranjado e vermelho, e uma dela estava o Akinaton e mais outro soldado em cima de um tanque. Os Survivors lutavam contra a mesma coisa que a gente luta, eu deveria me juntar a eles, crianças e até mulheres correndo risco de morte por alienígenas... Eu acho que poderia ajudar, mas pra isso eu teria que me revelar pra eles sobre quem eu sou...
Fiquei boas horas pensando nisso, e simplesmente apareceu a Sophia na minha mente, fiquei pensando nela em cada detalhe... Por muuuuito tempo, lembrei o que o Vini disse, então decidi o que fazer. Era umas 3 da manhã, a noite estava clara em algumas partes da cidade, a luz da lua passava exatamente pelos galhos acima de nós, deixando claro a nossa casa, eu subi para ver se Sophia estava acordada, abri bem devagar a porta e entrei. Olhei para a cama dela e ela não estava la, ela estava sentada na janela com um mini game nas mãos, a luz do aparelho iluminava o rosto dela, ela estava linda como sempre, ela estava fixada no jogo, ela virou a cabeça pro meu lado e me viu assustada, ela quase caiu da janela.
-Max! Você me assustou! -Disse Sophia retomando o fôlego. -Poderia ter batido na porta.
-Me desculpa, pensei que estivesse dormindo... -Falei meio constrangido.
-Mas porque viria aqui quando eu estivesse dormindo?
-Você disse noite passada que poderia vir aqui...
-Ah... Se quiser pode dormir no colchão ali no chão. -Ela apontou com o dedo ao lado da cama.
-Obrigado Sophia... -Deitei no colchão que estava no chão, peguei uma coberta que estava alí. Ela saiu da janela e se deitou na cama e se virou para a beirada onde eu estava e ficou me olhando.
-Você quer dizer algo? -Perguntou Sophia com os olhos fixos em mim.
-Sim... -Eu estava com medo, com mais medo do que enfrentar aliens e o exército juntos.
-Diga! -Sophia sorriu.
-Eu te conheço a pouco tempo nas sinto algo... Algo por você que é... -A luz de toda a cidade se apagou de vez com aquele aviso, só tinha uma luz vermelha da projeção piscando iluminando a janela.
-Ta com medo né? -Perguntou Sophia.
-Sim, desculpe, mas preciso dizer...
-Você gosta de mim? -Perguntou Sophia ainda sorrindo. -Fique tranquilo, você mostra isso...
-Mostro?
-Claro que sim! Mas pensei uma vez no que você disse...
-Sobre a gente não poder...
-É... não podemos ter nada alem, vejo isso agora... Me desculpa por isso... -Sophia ficou séria no instante que disse isso e voltou ao meio da cama.
-Eu sei que não... Eu não devia te enchido você com isso... -Me levantei do colchão e fui em direção a sala, quando cheguei na porta do quarto dela para sair, ela me chamou.
-Max! Eu também... Eu amo você... -Fiquei surpreso, mas triste demais pra demonstrar algo. -Mas agora não podemos se deixar levar por isso...
-Ok Sophia, dorme bem.
-Você também Max.
Fui pra sala com o coração apertado, e deitei no sofá, a luz do aviso lá fora parou de piscar, eu nunca me senti tão feliz e tão mal, a gente se gosta, isso é bom, mas não podemos fazer nada com isso porque precisamos focar nas pessoas que temos que salvar, tínhamos a consciência de que se a gente se distrair e se apegar, a gente morre.
A luz da cidade foi ligada de manhã, eu ainda estava acordado, Vini desceu as escadas bocejando e me cumprimentou, alguém bateu na porta da nossa casa e eu fui atender, era uma criança com o cabelo azul.
-Oi novatos, nosso chefe mandou avisar que quer ver vocês hoje no treino de batalha, tome aqui seu folheto. -Ela me entregou o folheto e saiu, foi algo rápido, nem tive tempo de perguntar algo.
Fui na cozinha falar com Vini, ele estava sentado na mesa comendo pão e bebendo leite direto na garrafa.
-Vini. -Ele olhou pra mim enquanto comia. -Hoje o chefão quer nos ver... Você sabe que não é só você que bebê esse leite né cara?
-Hum. -Ele tentou falar com a boca cheia.
Sophia apareceu com os olhos vermelhos de sono, ela não havia dormido a noite toda. Sophia foi em direção a geladeira e pegou um suco e bebeu indo em direção ao seu quarto, nem falou com a gente.
-Ela ta estranha... Aconteceu algo? -Perguntou Vini.
-Nada cara... Vou dar uma volta por ae.
-Ah... -Eu acho que ele sacou o que rolou, já que eu e Sophia estávamos com os olhos vermelhos... Pensando bem, ele devia achar que rolou algo alem... -Beleza Max, toma cuidado com a galera! -Disse Vini de boca cheia de novo.
Fui pra fora, andar na cidade um pouco, havia crianças brincando na rua, e uma de bicicleta quase me atropelou, eu seguia pelo meio rua por que não havia carros, e uma menininha com cabelo rosa sorrindo me seguia pela calçada, quando eu olhava pra ela, ela ficava rindo e parava, ela devia ter uns 5 anos, um momento olhei para um lado, e quando voltei a olhar para a garotinha, ela não estava la, e olhei na minha frente e quase morro de susto, ela estava lá.
-Oi garotinha. -Cumprimentei.
-Oi! -Ela começava a rir de novo.
-Qual seu nome? -Me agachei para falar com ela.
-Não tenho nome tio. -Ela começou a rir bastante, a risada dela era bonitinha.
-E cadê seus pais? -Olhei ao redor para procura-los.
-Eu não tenho não. -Ela olhou meio triste pro chão, do nada ela deu um pulo. -Você é igualzinho a mim!
-Como?
-Ah, você sabe! -Disse ela rindo.
-Com quem você vive garotinha?
-Sozinha! Minha casa é aquela ali! -Ela apontou pra casa 400.
-Elas são suas amiguinhas? -Perguntei.
-Não, não tenho isso.
-Ok, depois visita a gente é... Rose, vou te chamar de Rose, você combina com esse nome.
-Rose... -Ela começou a repetir pra si mesma concentrada. -Ok, gostei! Qual seu nome?
-Meu nome é Max. -Ela sorriu.
-Até depois Max.
-Até depo.... -Eu pisquei e ela sumiu do nada. -Ok... Isso é estranho... -Falei sozinho.
Continuei andando até o fim da rua, tentei esvaziar minha cabeça no caminho, vi que cheguei numa parte da rua em que não havia ninguém, tinha uma praça abandonada com plantas mortas logo a frente. Decido voltar depois para ver essa praça, quando cheguei na minha casa, Sophia e Vini estão conversando, parecia que sobre algo de clã ou algo assim, Sophia me olhava com um olhar triste, fui para a cozinha e sentei no banco do balcão que tinha lá e me debrucei sobre a mesa, Vini entrou na cozinha.
-Hey cara! Como que você ta?
-O que acha?
-Deixa de ignorância cara!
-Ta... Você disse que esse lugar não podia pessoas com poderes?
-Sim, disse sim Max.
-Tem uma menininha que acho que é.
A campainha tocou, eu e Vini nos olhamos e fomos para a porta, Sophia tinha aberto a porta e deixado alguém entrar.
-Rose? -Disse eu espantado, e Sophia me olhou estranho por conhecer a garotinha.
-Você conhece essa garotinha? -Perguntou Sophia
-Conheci agora pouco...
-Oi Max -A garotinha disse sorrindo. -Vou ter de ficar aqui na porta?
-Nã... Não! Pode entrar Rose. -Disse eu andando até a porta.
-Obrigada Max!
-Galera, essa linda garotinha é a Rose.
A Sophia achou ela fofa, Rose sentou no sofá, e Sophia começou a conversar com ela, e Vini me puxou pelo braço de volta pra cozinha.
-A gente virou babá?
-Calma Vini, é só uma criança, ela nem família tem. Ela não vai fazer nada de mal! -Falei com ele, e voltei pra sala.
Sophia estava sentada no sofá grande e a Rose na poltrona, sentei ao lado da Sophia.
-Você me seguiu Rose? -Perguntei a ela.
-Não...
-Como me achou? -Perguntei, ela ficou assustada e depois se acalmou.
-Aqui era a casa do meu amigo, ele e a minha mãe pintaram esse 113 gigantes la fora, só vim porque a casa parecia ter gente.
-Quem era sua mãe? -Sophia perguntou.
-Não lembro, é como se alguém apagou minha mente... Tenho poucas lembranças... -Disse Rose, eu e Sophia ficamos calados. -Vocês querem ir lá em casa? Fiz sopa!
-Claro... -Fui interrompido por Vini que estava encostado na parede atrás de nós.
-Nós não tínhamos treino de batalha hoje Max!?
-Ah, desculpa. Rose, a gente não pode ir agora, mas a gente promete que vai depois, ok? Eu disse.
-Sim Sim Sim. -Ela falou engraçada e animada como um pirata. -Tudo bem tio Max, vou indo embora, tenho que ir no treino também!
-Então a gente se vê depois. -Disse Sophia.
Rose saiu, e Vini saiu revoltado. Eu e Sophia nos levantamos.
-Você ta triste? -Perguntou Sophia quando eu estava andando já para as escadas.
-Não... -Menti pra ela, de repente o clima ficou frio e azul.
-Ok Max... -Ela falou com uma voz fraca.
Continuei indo para o banheiro e tomei um banho, Vini disse que não podia usar os poderes, mas ele sempre se teleportou pra loja de roupa que havia fora da cidade cercada e trazia todas as roupas, eu sempre vestia as mesmas cores, depois de ter me arrumado, desci as escadas e vi Sophia com cabelo azul, igual quando ela ressuscitou na divisão.
-Mudou de cabelo de novo Sophia!? -Eu disse pra ela.
-Na... -Ela correu pra um espelho que tinha na parede da sala. -Droga!
-O que foi?
-Light...
-Light? -Perguntei, ela parecia assustada olhando para o espelho.
Vini voltou para sala arrumado, e disse que em duas horas a gente tinha que ir.
-Ok... Ok temos que fazer lá mesmo? -Perguntei.
-Temos que treinar junto com os outros, a gente aproveita e conhece o pessoal lá.
-Boa idéia. -Disse eu observando Sophia, ela ainda estava na frente do espelho mexendo nos cabelos. -Vini, fala ae como você fez isso tudo.
-Isso tudo oque?
-Você criou aquelas divisões, tem táticas rápidas e complexas, e sabe demais dos aliens!
-É... Como posso explicar... -Sophia tirou os olhos do espelho e olhou para o Vini.
-Vini, quem é você? -Disse Sophia puxando a sua arma.
-Calma! Vou contar pra vocês. -Vini se sentou.
-Conte.
-Eu nasci em 415 D.C. eu sou encarregado aqui na terra de impedir invasões e essas coisas. -Disse Vini sério.
-É sério isso!? -Perguntei a ele.
-Claro que não! Só tenho 17 anos. Mas o meu antepassado sim, eu sou um guerreiro encarregado de proteger a terra, e essas idéias... essas idéias e lembranças são da minha cabeça, do minha antiga vida... Como se eu reencarnado nessa vida... -Disse Vini nervoso e gesticulando muito.
-Ok... Então tá amigo. -Eu disse, eu não duvidei de Vini porque algo me dizia que era verdade.
Comecei a pensar comigo mesmo: Eu era apenas uma peça de uma longa história que estava acontecendo a tempos, não como um heróis, e sim só mais um por ali.
-Nas suas lembranças, já aconteceu algo como ta rolando hoje? -Perguntou Sophia que resolveu se sentar também.
-Mais ou menos... Depois explico,mas agora vocês confiam em mim de novo?
-Sim Vini, fica de boa, vamos pro treino.
Saímos de casa e seguimos o mapa para o centro da cidade a pé, acho que todo mundo já estava nesse treino, não havia ninguém na cidade, do nada Rose atrás de nós no meio da rua correndo.
-Me esperem! -Gritou Rose, quando ela chegou, ela se segurou na Sophia e respirou fundo. -Eu vou com vocês.
-Ok Rose. -Disse eu.
Chegamos no lugar, era uma quadra escolar com bancos de concreto, a escola anexada a ela estava desabada, no meio da quadra havia quase todas as pessoas da cidade treinando tiro com seus alvos de madeira, alguém passou pela gente e disse que ia ter competição de luta. Achamos 3 alvos vazios escritos 113, então fomos para a posição marcada e pegamos nossas pistolas. Atirei contra meu alvo de madeira e cheguei longe do meio do alvo, Vini passou perto com 3 tiros, Sophia puxou a arma e nem mirou e deu 6 tiros, todos foram certeiros, exatamente no meio do alvo. Havia muitas pessoas em nossa volta, e elas ficaram quietas assim que Sophia deu aqueles tiros, e olharam surpresos, e Sophia ficou encolhida de tanta gente olhando e disse:
-Sorte de principiante... -Quase todos deram uma risada, e logo voltaram as suas atividades normais.
O chefe olhava pra gente e veio em nossa direção, ele parecia fixado em Sophia.
-Oi. -Disse para ele quando chegou na gente.
-Olá, e belo tiro garota. -Disse ele.
-Qual seu nome? Cruzei os braços e perguntei a ele.
-Meu nome é Josh. -Disse ele com os olhos travados em Sophia. -Bem, quem são vocês?
-Eu sou Max, Vini e essa a Sophia. -Respondi a ele, Sophia estava concentrada em recarregar a arma pra atirar de novo.
-Hum... Sophia é um nome lindo. -Josh disse tirando alguns fios de cabelo do rosto de Sophia, ela tirou os olhos devagar de sua arma e olhou pra ele, e eu peguei ela pelo braço e puxei ela pra trás.
-É, sabemos que é um nome bonito. -Disse eu. Ele deu um sorriso, um sorriso irônico.
-Olha, pela habilidade de vocês....é! Pela habilidade de vocês, vou pedir pra fazer uma missão de teste, vi potencial. -Disse ele.
-Que missão estamos falando? -Perguntou Vini.
-Vocês precisam buscar novas armas, é ao sul fora do campo, o exército é amigo, o problema são os aliens... -Vini interrompeu.
-Porque o exercito é amigo? -Perguntou Vini.
-Eu sou o comandante deles, quem cuidava daqui antes não era digno, tanto que ele foi embora, caçávamos antipatriotas, e achamos, mas ao invés de matar eles, ele estão aqui vivos!
-Ok, chega de história, quando é pra fazer isso? -Perguntei.
-Amanhã de manhã. -Disse ele, logo após ele passou a mão no rosto de Sophia, e ela pegou a mão dele e começou amassar com força.
-Da próxima vez que fizer isto... -Ela Soprou o cabelo de seu rosto. -Eu arranco a sua mão! -Então ela soltou ele e empurrou pra trás. -Vamos Garotos. -Então fomos embora para casa enquanto a mão dele ainda doía.
A gente já estava indo pra casa, e Rose estava junto a nós.
-Deixa eu ir com vocês!!! -Implorou Rose.
-Não! Nem pensar! Você é uma criança, e isso não é trabalho pra crianças! -Disse Vini.
-Vini, não fala assim com ela. -Vini parecia ainda assustado com Sophia por ter amassado os dedos do chefão.
-Eu sei me cuidar! Sei controlar o vento, explodir coisas, igual a vocês!
A gente parou de andar, nós três assustados com oque ela disse.
-Oque você... -Tentei falar.
-Como sabe sobre... -Vini também tentou falar.
-Mostre algo então. -Sophia desafiou ela.
-Ok. -Do nada ela sumiu e reapareceu atrás da gente. -Viu?
-Eu sei quem é você... -Disse Sophia andando pra trás.
-Sophia, como sabe quem é ela!? -Perguntei baixo.
Sophia empurrou ela com um dedo no medo da barriga dela, do nada ela caiu no chão com a respiração pesada. Apareceram asas como as de Sophia nas suas costas, só que menores e verde. Sophia desmaiou e caiu no chão. E Rose também desmaiou. Eu e Vini levamos para casa em nossas costas correndo as duas e colocamos na cama assim que chegamos.
-Droga! Que merda aconteceu lá cara!? -Falei desesperado enquanto cobria Sophia.
-Não sei cara! Será que elas morreram!? -Perguntou Vini.
-Não! Vamos esperar cara, o coração ainda ta batendo.
-Max, vou lá pra baixo pegar os livros e fazer uma pesquisa sobre os moradores.
Fiquei na cama sentado a tarde toda ao lado de Sophia com medo do que tinha acontecido, quando chegou umas 22:00, Sophia abriu os olhos.
-Sophia! -Falei baixo.
-Max! -Ela se sentou na cama e me abraçou e chorou muito.
-Ta tudo bem... Você ta segura. -Ficamos um bom tempo assim até parar de chorar.
-Ela é minha irmã Max... -Ela disse passando a mão no olho pra tirar as lagrimas
-Como assim?
-Não sei como, mas ela é! Eu lembro dela!
-As coisas estão indo rápido demais de novo... -Falei baixinho... E o pior que estava tudo indo rápido de novo mesmo.
-Oque você disse? -Perguntou Sophia com os olhos vermelhos de tanto chorar.
-Nada não... Amanhã a gente fala sobre isso, vocês duas estão muito fracas pra lembrar disso nesse momento... -Sophia passou a mão no cabelo de Rose. -Se quiser comer, o Vini trouxe o bolo de lá!
-Ta, daqui a pouco vou comer, preciso ficar sozinha mais ela. -Sophia disse desolada com aquilo, Rose acordou e eu saí.
Fui para a cozinha e me sentei no balcão, peguei o refri que estava lá e bebi no litro, não tinha copos, Vini estava na sala, e de lá me viu bebendo todo o refrigerante.
-Max, deixa pras meninas também cara! -Gritou Vini lá do sofá da sala.
-Elas não vão descer tão cedo!
Eu fui para os fundos da casa de novo e sentei na mesma cadeira com o refrigerante, estava um vento forte lá fora, mas o vento não vinha de fora das grandes árvores que cercavam a cidade, como se o vento aparecesse do nada de dentro da cidade.
Olhei pra cima e vi Rose na janela do quarto da Sophia, acho que o vento me atrapalhou, ela parecia mais velha, como se tivesse 18 anos, mas devia ser impressão, ela estava sentada na janela conversando com Sophia. Vi que meu vizinho tinha saído para pegar as roupas no varal, e achei estranho, porque não havia sol de dia cruzando por lá. O vizinho me cumprimentou e foi pra dentro, e eu também. Fui deitar no sofá, mas Vini estava lá estudando todos os livros.
-Vini! -Chamei bem na frente dele, e ele lendo. -Vini... -Ele não respondia.-Não quer ouvir né? -Estendi minha mão para a cozinha, me concentrei e um filete de água veio em direção à minha mão, a água ficou passando entre meus dedos, então apontei para o Vini, a água avançou muito forte nele que derrubou o sofá pra trás, ele ficou molhado e bravo.
-Mas que merda Max, porque fez isso!? -Ele gritou tentando se levantar.
-Dorme no meu quarto! Mas que merda.
Ele estava encharcado, então a água toda voltou pra minha mão e Vini ficou seco, joguei a água em direção a pia. Subi as escadas e passei pelo corredor do quarto, e por acaso ouvi a conversa da Sophia, então parei pra ouvir.
-Papai está bravo, tanto que ta te buscando pra te matar! -Disse a Voz da... eu não reconhecia aquela voz.
-Eu não lembro de nada... Lembro só da gente no deserto. -Disse Sophia com voz de preocupação.
-Eu to lembrando ainda, sorte você ter lembrado de mim, fiquei presa aqui na cidade... A merda é se eu sair, a cidade vai perder as árvores e vai ficar desprotegida... Mamãe queria salvar todos aqui de uma maneira! -A garota disse.
-Mas como!? Eu não entendo!
-Eu também não Maninha... É difícil... E seu namorado?
-Namorado?
-Eu li a mente dele, aliás! Você disse não pra ele!?
-O Max... É, não podemos namorar, estamos em uma guerra sangrenta... Depois eu sei que vai dar certo.
-Deixa disso, vocês podem! Você quer!
-Não! Luna! Sério! A gente tem que se concentrar! Poxa... A gente fica apegado e não da certo.
-Ta! Mas depois não reclama!
-Alias, gostou do Vini?
-Não, nem um pouco.
As duas riram e eu saí dali e fui pro quarto do Vini, deitei na cama e dormi.
Na manhã seguinte a tal garota me acordou.
-Tenho cara de Rose né? mas meu nome é Melody. -Eu me assustei e joguei o guarda roupa contra ela, e bateu contra a outra parede destruindo completamente... A estranha garota se teleportou pro outro lado da cama. -Wow! Poderes mentais! Gostei!
-Rose? -Perguntei.
-É...acho que essa sou eu, contínuo com meu cabelo rosa....
-Ok... Meu deus... -A garota que vi noite passada na janela era ela, e ela tinha mesmo 18 anos.
-Eu queria te entregar ontem, porque eu senti que você estava ouvindo parte da nossa conversa! Isso não é legal Max Lane!
-Ok! Desculpa! Acabou!? -Sentei na beirada da cama. -Como soube que fiz isso?
-Não interessa. Queria te avisar que o chato do seu amigo vai vir aqui e brigar com você!
De repente Vini se teleporta pro quarto e vê o guarda roupa destruído.
-Cara, oque você fez? -Um bastão apareceu na mão dele e ele tocou no guarda roupa e ele virou pó.
-Desculpa Vini! Ela me assustou.
-Ta cara... Não... Quem é você?
-Sou a tal Rose que você odiava.
-Ta... Que, é você?
-Você é meio tonto? -Vini olhou pro cabelo dela e olhou pra mim.
-Daqui meia hora vai ser a missão, leva ela pra gente se teleportar pra cá caso de merda. -Disse Vini.
-Opa...eu não tenho cara de transporte público não. -Disse Melody cruzando os braços.
-Deixa de zuera com ele Mel. -Disse Sophia aparecendo na porta do quarto.
-Ta. -Melody riu, Vini e Sophia desceram.
-Porque ainda ta aqui? -Perguntei Melody que ainda estava parada na minha frente.
-Você vai conseguir conquistar a Sophia e namorar ela... Eu vejo isso no seu futuro.
-Ah, ok, ta bom vidente leitora de mãos. -Na hora que ela estava saindo ela ia dizer algo mas desistiu antes de dizer um A.
-É Max... Você está louco, quando eu acordar eu vou ta em casa, com mamãe e o Vini não Vai ter pirado, não vai ter aliens e essas coisas. -Disse pra mim mesmo, então fechei os olhos, do nada sou acertado por um travesseiro.
-Vamos Max! -Disse Melody.
Eu desci, comi o café que os vizinhos trouxeram em uma cesta, sentamos em volta da mesa e comemos, Melody tinha mudado de roupa, usava um vestido de renda branco até o joelho, era muito branco. Depois que comemos, fomos em direção a saída de casa, quando estávamos perto, o chefe de longe nos chamou, e Melody virou criança de novo, tão pequena que o vestido ficou super folgado. Ele abre a porta.
-Levem essa mala com armas! -Disse Josh.
-Ta bom Chefe. -Disse Vini. Sophia nem olhava pra cara dele.
-Posso saber porque estão levando uma criança?
-Porque ela quer vir! -Disse Sophia com voz de raiva.
-Ta bom! Ta bom!
Saímos pela cidade em direção a porta que sai de lá, nós subimos as escada de metal do lado de fora do prédio da saída e entramos para dentro do prédio, nós descemos então todos os andares pelas escadas internas e chegamos a porta de saída que tínhamos entrado, batemos na porta para o pessoal lá de fora abrir a porta. Quando saímos, os guardas estavam mortos, um deles estavam com a placa de metal que Vini tinha dado a eles quando entramos, os outros estavam queimados, Melody Virou adolescente novamente.
-Gente...tem alguém lá dentro que não devia está lá... -Disse Sophia, Vini olhou direto pra Melody, Sophia colocou a mão na cara dele e empurrou pra trás. -Ela ta lá a anos!
-Ta! Mas to de olho em você. -Disse Vini.
Sophia invocou fogo de suas mãos e começou a selar a entrada jogando fogo na porta, Vini pegava uma metralhadora, e pegou a bolsa e fez ela teleportar pra algum lugar.
Então seguimos pela rua para iniciar nossa missão.
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