COMUNICAÇÃO DO DR. HENNESSEY AO DR. JOHN SEWARD
20 de setembro
Prezado Senhor:
De acordo com suas instruções, envio relatório referente a tudo deixado a meu cuidado... No que diz respeito ao paciente Renfield, há mais a dizer. Teve ele uma nova crise que poderia ter sérias conseqüências, o que, felizmente, não ocorreu.
Hoje à tarde, passou, diante do hospício, uma carroça com dois homens, que se destinava à casa vizinha. Os dois homens pararam diante da porta do hospício, a fim de pedir informações sobre o caminho, que não conheciam muito bem. Na ocasião, eu estava à janela do escritório, fumando após o jantar, e vi um dos homens entrar no hospício. Quando passou diante da cela de Renfield, este começou a injuriá-lo grosseiramente. Fiz sinal ao homem para não se importar e ensinei-lhe o caminho, pelo que ele me perguntara, com muitos bons modos.
Dirigi-me à cela de Renfield, a fim de acalmá-lo, e fiquei surpreendido ao ver que ele se mostrava bastante tranqüilo. Quando lhe falei a respeito do incidente, desconversou, fingindo não entender. No entanto, meia hora depois, fugiu, pulando a janela. Saí, acompanhado de dois guardas, em sua perseguição e conseguimos alcançá-lo perto da entrada da propriedade vizinha. A carroça que passara diante do hospício estava parada ali e vi em cima dela alguns grandes caixotes. Os dois homens estavam em cima da carroça, limpando o suor do rosto. Antes que pudéssemos impedir, Renfield atirou-se contra os homens e puxando um deles para fora da carroça, começou a bater sua cabeça no chão. Creio que o teria matado, se eu não o tivesse agarrado. O outro homem saltou da carroça e desfechou terrível pancada com o cabo de um chicote que trazia na mão, na cabeça do louco, que, afinal dominamos, e metemos numa camisa-de-força, enquanto ele furioso gritava: — Hei de impedir que façam isto! Não me roubarão! Não me matarão aos poucos! Lutarei por meu Amo e Senhor!
Os dois homens a princípio ameaçaram apresentar queixa e denunciar-nos à justiça, mas acabaram se tornando mais razoáveis, depois de um copo de aguardente e de uma moeda de ouro. Tomei nota de seus nomes, para o caso de necessidade. São Jack Smollet e Thomas Snelling, e trabalham ambos para a Companhia de Transportes e Navegação Harris & Filhos, de Solio.
Comunicar-lhe-ei qualquer assunto de interesse e telegrafarei, caso se dê alguma novidade importante.
Atenciosamente,
PATRICK HENNESSEY
Prezado Senhor:
De acordo com suas instruções, envio relatório referente a tudo deixado a meu cuidado... No que diz respeito ao paciente Renfield, há mais a dizer. Teve ele uma nova crise que poderia ter sérias conseqüências, o que, felizmente, não ocorreu.
Hoje à tarde, passou, diante do hospício, uma carroça com dois homens, que se destinava à casa vizinha. Os dois homens pararam diante da porta do hospício, a fim de pedir informações sobre o caminho, que não conheciam muito bem. Na ocasião, eu estava à janela do escritório, fumando após o jantar, e vi um dos homens entrar no hospício. Quando passou diante da cela de Renfield, este começou a injuriá-lo grosseiramente. Fiz sinal ao homem para não se importar e ensinei-lhe o caminho, pelo que ele me perguntara, com muitos bons modos.
Dirigi-me à cela de Renfield, a fim de acalmá-lo, e fiquei surpreendido ao ver que ele se mostrava bastante tranqüilo. Quando lhe falei a respeito do incidente, desconversou, fingindo não entender. No entanto, meia hora depois, fugiu, pulando a janela. Saí, acompanhado de dois guardas, em sua perseguição e conseguimos alcançá-lo perto da entrada da propriedade vizinha. A carroça que passara diante do hospício estava parada ali e vi em cima dela alguns grandes caixotes. Os dois homens estavam em cima da carroça, limpando o suor do rosto. Antes que pudéssemos impedir, Renfield atirou-se contra os homens e puxando um deles para fora da carroça, começou a bater sua cabeça no chão. Creio que o teria matado, se eu não o tivesse agarrado. O outro homem saltou da carroça e desfechou terrível pancada com o cabo de um chicote que trazia na mão, na cabeça do louco, que, afinal dominamos, e metemos numa camisa-de-força, enquanto ele furioso gritava: — Hei de impedir que façam isto! Não me roubarão! Não me matarão aos poucos! Lutarei por meu Amo e Senhor!
Os dois homens a princípio ameaçaram apresentar queixa e denunciar-nos à justiça, mas acabaram se tornando mais razoáveis, depois de um copo de aguardente e de uma moeda de ouro. Tomei nota de seus nomes, para o caso de necessidade. São Jack Smollet e Thomas Snelling, e trabalham ambos para a Companhia de Transportes e Navegação Harris & Filhos, de Solio.
Comunicar-lhe-ei qualquer assunto de interesse e telegrafarei, caso se dê alguma novidade importante.
Atenciosamente,
PATRICK HENNESSEY
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