DIÁRIO DO DR. SEWARD
22 de setembro — Tudo terminou. Arthur regressou a Ring, em companhia de Quincey Morris. Quincey é um bom sujeito. Acho que está sentindo tanto a morte de Lucy como qualquer um de nós. Van Helsing está descansando um pouco, para a viagem. Vai esta noite para Amsterdam, mas disse que voltará amanhã à noite. Disse que tem negócios a tratar em Londres que o reterão durante algum tempo.
Fui com ele levar Arthur e Quincey à estação e quando voltamos, Van Helsing, na carruagem, começou a rir histericamente. Riu até chorar, tornou a rir e a chorar, muitas vezes, como uma mulher.
Afinal, quando se tornou mais sério e eu interroguei, explicou: — Estou rindo por causa da amarga ironia que há nisso tudo. Todos aqueles homens vestidos de branco, como anjos, fingindo ler os livros de reza, mas sem que seus olhos jamais encontrem as páginas e nós todos de cabeça baixa... E tudo por quê? Ela está morta, não está?
— Desculpe-me, amigo John — disse Van Helsing. — Não demonstrei meus sentimentos para os outros, mas apenas para você, amigo velho, em quem posso confiar. Se você pudesse ver dentro do meu coração, enquanto estou rindo, teria mais pena de mim que de todos os outros.
Fiquei comovido com o tom de sua voz e perguntei por quê.
— Porque sei — disse ele.
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